
Numa conversa telefónica de cerca de 90 minutos, realizada esta tarde, foi dominada pela proposta norte-americana de um cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, mas a presidência russa disse abordados outros temas.
Na frente bilateral, de acordo com o Kremlin, citado pela agência de notícias EFE, ambos os líderes manifestaram interesse em normalizar relações, tendo em conta a responsabilidade especial de ambas as potências em garantir a segurança e a estabilidade globais.
Neste sentido, Putin e Trump concordaram unir esforços para estabilizar a situação em zonas de crise, especialmente no Médio Oriente, com várias frentes de conflito abertas -- em especial a guerra na Faixa de Gaza - e no mar Vermelho, devido à ameaça lançada pelos rebeldes iemenitas Huthis contra a navegação comercial na região.
A Casa Branca indicou que Trump e Putin concordaram que "o Irão nunca devia estar em condições de destruir Israel", numa referência ao programa nuclear iraniano.
As autoridades norte-americanas tinham acusado anteriormente o Irão de fornecer à Rússia mísseis balísticos de curto alcance e drones de ataque para a guerra na Ucrânia.
Os Estados Unidos disseram ainda que o Irão ajudou Moscovo a construir uma fábrica de drones.
Embora os dois Presidentes tenham concordado em manter o contacto, não há referência a um futuro encontro pessoal em território neutro.
A conversa telefónica dos dois líderes, que durou 90 minutos, segundo a Casa Branca, é a segunda (a primeira aconteceu em 12 de fevereiro) desde a tomada de posse de Trump, em 20 de janeiro, sucedendo ao democrata Joe Biden.
No diálogo, os Presidentes dos Estados Unidos e da Rússia concordaram com um cessar-fogo de 30 dias no conflito na Ucrânia, embora limitado a ataques contra alvos energéticos e infraestruturas, anunciou a Casa Branca.
Donald Trump e Vladimir Putin também acordaram iniciar as negociações de paz de imediato, indicou um comunicado da presidência norte-americana, que elogia o imenso benefício" de uma melhor relação entre Washington e Moscovo e o seu potencial para "enormes acordos económicos".
Estas negociações deverão ter lugar no Médio Oriente.
A Ucrânia já dera o aval a um acordo de cessar-fogo de 30 dias, proposto pelos Estados Unidos, e instou Putin a fazer o mesmo.
Desde que regressou ao poder, em 20 de janeiro, Donald Trump iniciou uma reaproximação à Rússia, após o congelamento de relações entre os dois países durante o mandato de Joe Biden, devido à invasão da Ucrânia.
Os comunicados divulgados pelos dois países não mencionam qualquer possível reordenamento territorial da Ucrânia, apesar de Moscovo ter alertado anteriormente que não abdicará das regiões que ocupa parcialmente no país vizinho e de Kiev se recusar a cedê-las.
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