A tabela de compensação pela emissão televisiva e radiofónica de tempos de antena relativa à campanha para a eleição de 18 de Maio já foi publicada em Diário da República e contempla uma verba a rondar os dois milhões e 800 mil euros, a maior parte destinada às televisões generalistas, sendo que mais de 750 mil euros são para distribuir pelas seis rádios de âmbito nacional e regional. O problema é que de fora deste bolo ficam novamente as rádios locais.

Por isso, em sinal de protesto, muitas, como a TSF-Madeira, emitem desde o início do mês um spot contestatário, que pode ouvir aqui:

PROMO Rádios

Para além disso, outras das 170 rádios locais filiadas na Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) decidiram boicotar as acções de campanha relativas às legislativas, prática que não seguimos na 100 FM.

As rádios locais continuam a manifestar o seu desagrado por considerarem estar a ser discriminadas pela não atribuição dos tempos de antena, já que só nas autárquicas é que emitem estes espaços que são pagos. E como em todas as outras eleições são excluídas pelo Estado, a Associação Portuguesa de Radiodifusão não tem dúvidas de que a legislação tem de ser alterada por ser muito injusta até para quem tem a obrigação de emitir os tempos de antena.

“Temos conhecimento que rádios temáticas musicais, que são obrigadas a emitir tempos de antena nesta altura, quando até nem o desejam. Por outro lado, também vemos que as rádios classificadas como generalistas, e todas as rádios locais são rádios generalistas, não têm sequer a possibilidade de aceder ao mesmo, nem de manifestar o seu interesse, ou não, em fazer a emissão desses mesmos tempos de antena, porque essa parte, em termos de legislação, está vedada”, refere o vice da APR, Eduardo Cruz.

Para animar as chamadas de atenção à classe política, a APR lançou hoje uma música a propósito da discriminação em curso. Um tema que também vai poder ouvir no nosso podcast 'Porta-Voz'.