Na recta final do seu mandato e com a presença do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, Ricardo Nascimento, despediu-se do cargo que ocupa durante três mandatos com um discurso de “balanço e de gratidão”, onde destacou os cerca de “37 milhões de euros investidos” no concelho ao longo dos últimos doze anos. Palavras que aconteceram na cerimónia do 111 anos do município que está a decorrer na nova praceta da vila.

Nesta sua intervenção, o autarca fez questão de sublinhar que os doze anos à frente da autarquia foram pautados por “transformação com obra visível e contas controladas”. Entre os principais sectores de investimento destacou a regeneração urbana, acessibilidades, habitação, infra-estruturas, equipamentos públicos, educação, juventude, acção social, ambiente e apoio à iniciativa privada. Um rol extenso de actividade que resumiu.

“Quando tomamos posse em 2013, enfrentávamos uma crise económica profunda, uma dívida elevada e uma quebra de confiança generalizada. Começámos por arrumar a casa”, afirmou, não esquecendo a redução da dívida que passou de “15 para 5 milhões de euros” e a aposta na captação de investimento privado com incentivos e simplificação de processos.

Com mais de “400 mil euros” investidos anualmente na área da educação, disse que na sua gestão o município requalificou escolas, apoiou famílias com transportes, material escolar e bolsas de estudo. Também na juventude, foram criadas medidas de estímulo à fixação, com isenção de taxas urbanísticas e IMI. Na área social, Nascimento lembrou a criação de programas de emprego, habitação e apoio a idosos e pessoas com deficiência.

Perante a crítica de que foi alvo, referindo-se à contratação de novos empréstimos, nomeadamente o que financiou a regeneração da vila (3,4 milhões de euros), respondeu: “Sem essa decisão responsável, perderíamos financiamento e paralisaríamos o investimento no concelho”.

Destacou ainda o crescimento no turismo e na actividade empresarial: a Ribeira Brava passou de 5 para 282 alojamentos locais e de 1 para 7 empreendimentos turísticos. O parque industrial encontra-se praticamente preenchido. “Autorizamos quase 50 licenças de construção com celeridade e proximidade. Isso é desenvolvimento”.

Num tom mais pessoal, o presidente da autarquia lembrou críticas feitas ao longo dos anos. “Diziam que estava cá só até ao Natal. E cá estive doze anos. Com trabalho, com entrega e com resultado”. Preferiu, contudo, sublinhar o apoio de quem o acompanhou: “Foram e são essa força invisível que nos empurrou quando o cansaço ameaçava vencer”.

Contudo as palavras do edil começaram num tom emotivo: “Subo pela última vez, mas não para vos dizer adeus. Subo para vos dizer obrigado. Que hoje não é o fim. É um ponto alto”.