
"O mesmo tribunal que, por exemplo, a nós, a partido RIR, mandou retificar duas declarações de candidatos, porque não tinham o código postal completo, aceita listas que não cumprem a lei da paridade. Portanto, é muito grave, transparece para os portugueses que há uns que podem fazer tudo e há outros que não podem", afirmou aos jornalistas Márcia Henriques.
A presidente do RIR falava durante uma ação de campanha no Mercado Municipal de Torres Vedras, no distrito de Lisboa.
"Estranho a silêncio do senhor Presidente Republica e do senhor Procurador Geral da República, porque isto transmite uma insegurança, uma falta de legalidade, e de justiça", acrescentou.
De acordo com os jornais Público e Expresso, as listas do Chega para os círculos da emigração violam a lei da paridade, mas o Tribunal de Lisboa não viu irregularidades e, não tendo havido recurso, as listas de nomes mantiveram-se.
Apostada em aumentar a votação do RIR, Márcia Henriques foi distribuindo panfletos e conversando com quem ia encontrando por entre as bancas do mercado.
É "onde encontramos mais gente e poderemos ter um contacto mais próximo com pessoas", reconhece.
À mesma hora e no mesmo local cruzaram-se as caravanas do RIR, CDU e AD, havendo a expectativa de ao final da tarde muitas pessoas terão as atenções concentradas no futebol, em dia de dérbi que pode ser decisivo entre Benfica e Sporting.
Enquanto uns recusam a propaganda e até a confundem com a de outras candidaturas, pela semelhança da cor, outros há que até pedem uma caneta para a coleção, ao que a candidata acartou, entregando um lápis.
Uma vendedora de legumes coloca o panfleto em exposição na sua banca ao lado de outros das candidaturas que também por lá passaram.
À pergunta "já sabe em quem vai votar", responde que encontrou "muitos indecisos", a uma semana das eleições, e a esses foi dizendo que "o importante é lá ir" votar no dia das eleições.
Uma das suas prioridades passa por apostar nos transportes públicos.
"Não podemos apostar numa transição energética abrupta, quando há necessidade de utilizar o carro diariamente para muitos, muitos portugueses", alertou, dando o exemplo do que se passa na região Oeste, a cerca de uma hora de Lisboa.
"É muito difícil as pessoas que queiram sair das grandes cidades vir mais para fora, para pagar uma renda mais baixa, por exemplo, mas depois não têm como ir trabalhar, porque os transportes públicos não dão resposta".
Nas eleições legislativas de 2024, o RIR foi o segundo partido mais votado entre os partidos sem assento parlamentar, ao obter 26.121 votos (0,40%).
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