
O primeiro-ministro Luís Montenegro garantiu na passada semana que todo o processo da empresa da família é legal e recusou que haja conflito de interesses. As declarações foram feitas antes de se saber que a Solverde, que é um dos clientes da Spinumviva, paga uma avença de 4.500 euros por serviços relacionados com proteção de dados pessoais.
O nome desta empresa já circulava como sendo um dos clientes que Montenegro recusou revelar no debate da moção de censura, mas agora foi a própria Solverde a confirmá-lo ao Expresso.
No debate da moção de censura, na última sexta-feira, o primeiro-ministro garantiu no Parlamento que todo o processo da Spinumviva é legal.
Durante o debate, Montenegro distribuiu aos deputados os rendimentos do agregado familiar dos últimos 15 anos e disse que só vai prestar declarações a quem for tão transparente quanto ele.
No mesmo dia, Montenegro afirmou que é absurdo entender que há conflito de interesses em deter direta ou indiretamente uma participação na empresa.
Em resposta às perguntas sobre a sociedade que fundou em 2021 e transmitiu para a mulher, disse que os lucros são para investimento futuro.
Além da avença mensal, sabe-se também que Montenegro trabalhou para o Grupo Solverde entre 2018 e 2022, representando o grupo nas negociações com o Estado que resultaram numa prorrogação da concessão dos casinos de Espinho e Algarve.
O contrato termina no final deste ano e depois cabe ao Governo de Montenegro tomar a decisão. Nos esclarecimentos prestados até agora, o primeiro-ministro já disse que se ia escusar de tomar uma decisão relativa a este assunto.