Jair Bolsonaro e outros sete arguidos vão mesmo a julgamento por tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Vão ser julgados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.

Segundo a acusação, Bolsonaro sabia e concordou com o plano para assassinar Lula da Silva.

"Os membros da organização criminosa estruturaram, no âmbito do Palácio do Planalto, um plano de ataque às instituições, com vista à derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática, que recebeu o sinistro nome de “Punhal Verde Amarelo”. O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu", lê-se na acusação do Procurador-Geral da República, Paulo Ganet.

O plano para matar Lula

Bolsonaro é suspeito de orquestrar, juntamente com assessores e um grupo de militares, um golpe de Estado que incluía o assassínio de autoridades, entre elas, Lula da Silva, o vice-Presidente Geraldo Alckmin e o próprio juiz Alexandre de Moraes que, à época, presidia ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Durante quase dois anos, investigadores da Polícia Federal reuniram num relatório de quase 800 páginas provas que, segundo eles, confirmam a tentativa de um golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva.

O relatório revela que o plano teria sido impresso dentro do Palácio do Planalto.

A investigação aponta ainda que a estratégia do grupo se dividiu em dois.

Primeiro, pela propagação da versão de fraude nas eleições de 2022 e disseminação de notícias falsas sobre vulnerabilidades do sistema eletrónico de votação.

O segundo eixo de atuação do alegado grupo criminoso consistiu na prática de atos para apoiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais num ambiente politicamente sensível.