"É um grande desafio porque o apoio dos EUA é um apoio extremamente importante, particularmente nas áreas sociais. Então, nós teremos que ver, com os nossos recursos, como é que podemos redirecionar alguns recursos para essas áreas, para que elas não fiquem sem nenhuma estrutura de desenvolverem as suas atividades", disse a governante.

"O principal apoio [dos EUA] é para a área da saúde, mas há outros setores que têm apoios menos significativos", reconheceu, recordando tratar-se de uma decisão que envolve sobretudo fundos canalizados pela agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), de congelamento por 90 dias.

"Não vale a pena a gente se antecipar. Então vamos esperar, entretanto vamos fazer a nossa gestão interna. Já tivemos outras situações preocupantes e conseguimos gerir. Então, eu acredito que desta vez também vamos conseguir gerir com os nossos recursos internos", disse.

O Departamento de Estado norte-americano congelou na sexta-feira novos financiamentos para quase todos os programas de ajuda dos Estados Unidos em todo o mundo, com exceção dos programas humanitários alimentares e da ajuda militar a Israel e ao Egito.

A diretiva - enviada por telegrama às embaixadas dos Estados Unidos em todo o mundo - proíbe novas despesas do Governo, o que parece limitar os programas a funcionarem apenas enquanto tiverem dinheiro em caixa.

O Departamento de Estado vai analisar quais dos milhares de programas de ajuda e desenvolvimento dos Estados Unidos podem continuar.

A diretiva especifica a execução de uma ordem executiva de congelamento de ajuda assinada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, em 20 de janeiro, o primeiro dia de regresso à Casa Branca para um segundo mandato presidencial (2025-2029).

A diretiva desapontou especialmente os trabalhadores humanitários por não incluir quaisquer isenções que poupassem as clínicas e outros programas de saúde em todo o mundo ao congelamento no financiamento.

Os EUA anunciaram em 02 de janeiro uma doação de 435 mil euros para assistência às vítimas do ciclone Chido, que devastou em dezembro alguns distritos das regiões centro e norte de Moçambique, provocando pelo menos 120 mortos.

O financiamento foi anunciado através da agência Usaid, que disponibilizou 450 mil dólares (435 mil euros), indicando que o valor vai atender "às necessidades urgentes" das populações afetadas pelo ciclone, sobretudo na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. 

"A nossa assistência fornecerá ajuda vital às pessoas mais impactadas pelo ciclone, ajudando a aliviar o sofrimento humano e a apoiar os esforços de recuperação", lê-se na mensagem do embaixador dos EUA em Moçambique, Peter H. Vrooman, citado num comunicado de imprensa dos EUA.

 

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