
O Presidente dos Estados, Donald Trump, disse acreditar que a Ucrânia está pronta para desistir de recuperar a península da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014, com as negociações a entrarem numa "semana crucial".
Embora Kiev tenha até agora afastado a ideia de abandonar a península, que a Rússia anexou em 2014, o líder norte-americano disse no domingo que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, poderia mudar de posição.
"Acho que sim. A Crimeia foi há 12 anos", disse Trump aos jornalistas, quando questionado se achava que Zelensky estava disposto a ceder o território para pôr um fim à invasão russa.
Trump mostrou-se desapontado com a Rússia devido aos últimos bombardeamentos contra a Ucrânia.
Horas antes, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia está "mais próximo do que em qualquer outro momento nos últimos três anos, mas ainda não foi alcançado".
Em relação ao estado das negociações, Rubio disse, durante um programa da televisão NBC, que "tem motivos para ser otimista e também para se preocupar".
"Se esta fosse uma guerra fácil de terminar, outra pessoa já a teria terminado há muito tempo."
Trump e Zelensky tiveram "encontro produtivo" antes do funeral do Papa
Zelensky e Trump marcaram presença no funeral do Papa Francisco na Praça de S. Pedro, no sábado, tendo, antes do funeral, conversado num encontro privado no interior da basílica que, segundo a Casa Branca, foi "muito produtivo".
O Presidente ucraniano considerou positivo o encontro com Trump, a quem agradeceu as iniciativas tomadas para terminar com a guerra.
"Esperamos resultados em tudo o que foi discutido. Cessar-fogo total e incondicional. Uma paz segura e duradoura que evite outra guerra. Uma reunião muito simbólica que poderá converter-se em histórica se alcançarmos resultados conjuntos", destacou Zelensky.
Horas depois do encontro, Trump ameaçou com novas sanções o Presidente russo, Vladimir Putin, porque "demasiadas pessoas estão a morrer" na Ucrânia e a situação faz parecer que o seu homólogo "não quer parar a guerra", afirmou na sua rede social Truth Social.
"Putin não tinha nenhuma razão para disparar mísseis contra zonas civis, cidades e populações nos últimos dias. Faz-me pensar que talvez não quer parar a guerra (...) e tem de ser tratado de maneira diferente, através de sanções bancárias ou sanções secundárias. Demasiada gente está a morrer!!!", exclamou.
Ucrânia nega que militares russos tenham controlo total da região de Kursk
Também no sábado, o Chefe do Estado-Maior do Exército russo, Valery Gerasimov, garantiu a Putin que os militares russos tinham recuperado o controlo total da região russa de Kursk.
Os soldados da Ucrânia tinham entrado nesta zona fronteiriça em agosto.
No sábado, o exército ucraniano qualificou de falsas as alegações de Gerasimov e afirmou que prosseguia as operações em Kursk.
No domingo, foi a vez de Zelensky garantir que as forças ucranianas "continuam as operações defensivas e ativas em áreas designadas das regiões [russas] de Kursk e Belgorod".
- Com Lusa