Diz não estar a tentar prejudicar a Rússia, até porque "adora o povo russo" e sempre teve "uma ótima relação com o Presidente Putin", mas não deixa de fazer ameaças. Esta quarta-feira, através de um publicação na rede social Truth, Donald Trump escreveu que caso o Presidente russo não chegue a um acordo "em breve" com a Ucrânia, haverá sanções.

“Vou fazer à Rússia, cuja economia está a falhar, e ao Presidente Putin, um grande favor. Acalmem-se agora e acabem com esta guerra ridícula! Só vai piorar (...) Se não chegarmos a um “acordo”, e em breve, não tenho outra escolha senão aplicar altos níveis de Impostos, Tarifas e Sanções a tudo o que for vendido pela Rússia aos Estados Unidos e a vários outros países participantes”, escreveu Trump na rede social Truth.

“Vamos acabar com esta guerra que nunca teria começado se eu fosse Presidente! Podemos fazê-lo da maneira fácil ou da maneira difícil - e a maneira fácil é sempre melhor - É altura de fazer um acordo. Não se devem perder mais vidas”, acrescentou.

Mas as ameaças não foram só feitas nas redes sociais.

Apesar da ameaça de tarifas contra a Rússia, o comércio entre os dois países já tinha sido severamente limitado desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Na sequência da invasão russa da Ucrânia, os Estados Unidos impuseram inúmeras sanções contra a Rússia, incluindo restrições ao setor petrolífero e aos principais bancos russos, com o objetivo de isolar Moscovo do sistema financeiro internacional baseado no dólar.

De acordo com os mais recentes dados disponibilizados pelas autoridades norte-americanas, o comércio de bens e serviços entre os Estados Unidos e a Rússia em 2022 atingiu um total estimado de 20 mil milhões de dólares (cerca de 19 mil milhões de euros).

Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas, embora nunca tenha detalhado como o faria. Contudo, Keith Kellogg, o enviado especial de Trump para a Ucrânia e a Rússia, reduziu recentemente as expectativas, numa entrevista à cadeia televisiva Fox News, falando num período de 100 dias para negociar a paz.

Desta vez foi a Rússia… mas não foi a única

Na lista dos países visados por Donald Trump, entra também a China que prometeu defender os interesses nacionais perante a ameaça dos Estados Unidos em impor novas tarifas às importações.

Trump quer uma taxa de 10% sobre os produtos importados da China, já a partir de fevereiro e diz que é uma retaliação por a China estar a alimentar a crise do fentanil nos EUA, subsidiando diretamente a matéria prima utilizada pelos traficantes.

“Estamos a falar de uma tarifa de 10% sobre a China, com base no facto de estarem a enviar fentanil para o México e o Canadá. Estamos a pensar talvez em 1 de fevereiro ", disse Trump aos jornalistas.

O Presidente garantiu, ainda, que vai aplicar tarifas a importações dos países europeus, ao México e ao Canadá e acusou a União Europeia de se aproveitar dos Estados Unidos.

“Para o México e a China, estamos a falar de cerca de 25%. Outros países também são grandes problemas. Não é só a China. A China é um problema, mas a União Europeia é muito má para nós. Tratam-nos muito mal. Não compram os nossos carros, não aceitam de todo os nossos carros, não compram os nossos produtos agrícolas, basicamente não compram muita coisa. Temos um défice de 350 mil milhões de dólares com a União Europeia. Tratam-nos muito mal, por isso, vão ser alvo de tarifas.”

Com Lusa