A Casa Branca confirmou esta quarta-feira à agência France-Press que o aço e o alumínio provenientes do Canadá e do México vão ser taxados até 50%. Os Estados Unidos vão aplicar uma taxa extra aos dois países com quem faz fronteira.

Estas tarifas acumulam com a ordem executiva assinada por Donald Trump, que impõe direitos aduaneiros de 25% sobre o aço e o alumínio importados para os Estados Unidos.

Esta medida para já está em suspenso, mas ao entrar em vigor no primeiro dia de março, irá significar que os dois países, a partir de 12 de março, começam a ser taxados até 50%. Segundo o que Donald Trump avançou na passada segunda-feira, a medida aplica-se “sem exceção ou isenção” a “todos os países".

O Presidente dos Estados Unidos emitiu duas ordens executivas que visam o aço e o alumínio, independentemente da sua origem, incluindo parceiros económicos que anteriormente beneficiavam de isenções sobre estes dois produtos: Argentina, Austrália, Canadá, México, União Europeia e Reino Unido.

Trump pede redução das taxas de juro paralela ao aumento de tarifas

A imposição destas taxas surge no mesmo dia em que Trump pediu um corte nas taxas de juro em paralelo com a sua política de aumento de tarifas, pouco antes de ser conhecido que a taxa de inflação subiu em janeiro.

"As taxas de juros deveriam ser reduzidas, o que será acompanhado de aumentos de tarifas", escreveu Trump, na conta na rede Truth Social.

Momentos depois, e após serem divulgados os dados da taxa de inflação, que se situou em 3% em janeiro, publicou: "A inflação de Biden sobe!", culpando, assim, o Governo do seu antecessor Joe Biden pela subida dos preços, um dos argumentos que utilizou na campanha eleitoral.

"A inflação de Biden sobe!"

As mensagens de Trump para baixar as taxas de juro têm como destinatário a Reserva Federal dos EUA, o órgão do qual depende a política monetária. No entanto, o presidente da Fed, Jerome Powell, descartou na terça-feira um corte dos juros no imediato.

"Não precisamos de ter pressa para ajustar a nossa política", defendeu Powel perante o Comité Bancário do Senado na apresentação do relatório de política monetária, um procedimento que deve realizar a cada seis meses.

As declarações de Trump não são as primeiras em que exige taxas de juro mais baixas e apontam para um confronto entre o Presidente e Powell, que sempre defendeu a independência da Reserva Federal na definição da política monetária.

Para Trump, a redução das taxas é uma medida necessária para reativar a economia e a indústria no país, apesar dos efeitos que isso possa ter na inflação, que também pode ser afetada por tarifas mais elevadas sobre as importações.

Com Lusa