"O Kosovo deve demonstrar e manter-se consistente com as suas obrigações no âmbito do diálogo facilitado pela UE e com o seu recente compromisso renovado com o mesmo", sublinhou a porta-voz da alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas.

A polícia do Kosovo encerrou hoje os serviços municipais, como os postais e fiscais, em várias cidades que dependem da Sérvia e são utilizados pela minoria sérvia, alegando que operam em paralelo com o estado do Kosovo.

O ministro do Interior do Kosovo, Xhelal Svecla, anunciou o encerramento de dez "instituições paralelas" da administração local em nove municípios do Kosovo, onde vivem muitos sérvios étnicos do Kosovo, uma província que se separou unilateralmente da Sérvia em 2008.

A porta-voz de Kallas deixou claro que estas ações de Pristina "não conduzem ao objetivo" da UE de suspender gradualmente as medidas restritivas impostas ao Kosovo, o que está previsto se houver novas ações para aliviar as tensões no norte do país.

O gabinete da alta representante recordou numa declaração que a missão civil EULEX no Kosovo está a monitorizar o desenvolvimento destas ações recentes, de acordo com o seu mandato.

A porta-voz sublinhou ainda que o estatuto das estruturas apoiadas pela Sérvia deverá ser resolvido através do diálogo facilitado pela UE para a normalização das relações entre Belgrado e a sua antiga província, que se tornou independente unilateralmente em 2008.

No ano passado, o Governo do Kosovo fechou instituições da administração paralela em municípios do norte, onde vive metade da minoria sérvia.

O Kosovo e a Sérvia concordaram em 2013, sob mediação da UE, em dissolver estes serviços públicos financiados e geridos por Belgrado, mas o acordo, tal como vários outros, nunca foi implementado.

Os sérvios do Kosovo reclamam há anos a criação de uma associação de municípios em que sejam maioritários, com um certo grau de autonomia política, algo que Pristina se recusa a fazer por recear que possa ameaçar a sua integridade territorial, uma vez que Belgrado continua a não reconhecer a independência kosovar.

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