O exército israelita informou que dois dos corpos entregues pelo Hamas foram identificados como sendo dos irmãos Ariel e Kfir Bibas, sequestrados a 7 de outubro de 2023. No entanto, o terceiro corpo não corresponde a Shiri Bibas, mãe das crianças, segundo a agência Reuters.

O exército israelita diz que o corpo não está relacionado com nenhum refém conhecido e, até ao momento, permanece sem identificação, acusando o Hamas de "violar um cessar-fogo já fragilizado".

"Ariel e Kfir Bibas foram brutalmente assassinados em cativeiro em novembro de 2023 por terroristas palestinianos", afirmou um porta-voz do exército israelita. "Apelamos ao Hamas para que devolva Shiri Bibas e todos os raptados."

Ariel tinha quatro anos e Kfir nove meses quando foram sequestrados pelo Hamas há cerca de um ano e meio. A família tornou-se um símbolo de luta pela libertação de todos os reféns.

Dignidade? Hamas acusa Cruz Vermelha de "duplo padrão"

As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, acusaram o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) de "duplo padrão" no tratamento das pessoas mortas no conflito, consoante se tratem de israelitas ou de palestinianos.

Isto porque, na quarta-feira, o CICV apelou à privacidade e dignidade no momento da entrega dos corpos, considerando “inaceitável” qualquer tratamento degradante durante as operações de libertação.

E ao entregar os restos mortais dos reféns israelitas, a Cruz Vermelha colocou um lençol sobre os caixões, transportando-os para veículos para os entregar às autoridades israelitas.

"Enquanto a Cruz Vermelha realiza cerimónias oficiais solenes ao receber os corpos dos prisioneiros israelitas, entrega os corpos dos mártires palestinianos em sacos azuis que são atirados para camiões sem os elementos mais básicos da dignidade humana", afirmou o chefe do gabinete de imprensa do Governo de Gaza, Ismail al-Thawabta, nas redes sociais.

Para as autoridades da Faixa de Gaza, "esta discriminação flagrante no tratamento reflete dois pesos e duas medidas" e também "expõe a incapacidade internacional para alcançar justiça e equidade".

Com Lusa