Está marcada para o próximo dia 29, no Grémio Literário, em Lisboa, a assembleia geral do Movimento de Apoio do Almirante a Presidente (MAAP) que decidirá sobre a sua própria extinção, proposta por um dos fundadores, José Manuel Anes, antigo grão-mestre da Grande Loja Legal de Portugal, a principal obediência da Maçonaria regular em Portugal.
"Não vamos arranjar mais complicações", disse Anes ao Expresso. A proposta de auto-dissolução resulta de um comunicado de Gouveia e Melo noticiado pela Lusa na quinta-feira onde este se demarcou da constituição do MAAP.
"Informo para os devidos efeitos que o cidadão Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo, Almirante e antigo Chefe de Estado Maior da Armada, na reserva, e no exercício pleno dos seus direitos civis, não está ligado à criação da associação MAAP e não sente qualquer responsabilidade pelas ações dos seus membros, muito menos poderá escrutinar todas as pessoas que através deste, ou doutro modo o venham apoiar", escreveu.
Na véspera tinha sido oficializada em escritura a constituição do MAAP. A comissão organizadora ficou constituída por Anes, António Brás Monteiro (que, entretanto, se demitiu) e Paulo Azevedo Noguês, todos destacados membros da GLLP. Anes e Noguês são, além do mais, diretor e administrador da revista “Segurança e Defesa”, na qual Gouveia e Melo colaborou.
O nascimento do MAAP ficou assim ligado umbilicalmente à Maçonaria, o que desagradou ao almirante (que já tinha desmentido uma notícia segundo a qual seria membro da GLLP).
Agora, José Manuel Anes afirma que "não faz sentido" avançar com a formação de um movimento em relação com o qual Gouveia e Melo já fez saber que não quer ter nada a ver. "Vamos ficar quietinhos até o almirante avançar", diz Anes ao Expresso, referindo que o antigo chefe da Armada poderá até ter ao seu dispor, se quiser, a base de dados com apoiantes que entretanto foi constituída.