Será com as duas metas já alcançadas- 1.º lugar e apuramento para os quartos de final da Liga das Nações - que Portugal entrará, amanhã, no Poljud Stadium, em Split, para defrontar a Croácia, que precisa de um ponto para não depender do resultado da Escócia em Varsóvia para carimbar a passagem. Sem alguns 'pesos pesados' como Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva e Bruno Fernandes - também Pedro Neto foi dispensado -, Roberto Martínez confirmou que vai dar espaço aos menos utilizados diante da seleção de Zlatako Dalic.

Apesar de este jogo já pouco contar para Portugal, há a questão da imagem da Seleção, que vai aparecer com muita gente jovem...

-Renovada é uma boa palavra para esta Seleção, com muito talento. Falamos sempre do bom plantel de Portugal, do número de jogadores portugueses que temos ao dispor... O objetivo era conseguir o apuramento para os quartos de final, somos primeiros do grupo mas precisamos de mostrar a competitividade que há pelas posições dentro da Seleção. Nos últimos cinco jogos, acrescentámos alguns jogadores com capacidade para jogar pela Seleção e daqui a 18 meses temos uma fase final do Mundial, é importante termos um bom desempenho e executar os conceitos táticos que preparámos bem. Queremos ganhar.

Depois do jogo com a Polónia decidiu chamar o Geovany Quenda, que no Sporting joga num 3x4x3, mesmo já tendo três laterais-direitos e dois extremos ao dispor. Onde é que Quenda encaixa nesta Seleção?

- Na ala direita, é nessa posição que o Quenda vai trabalhar amanhã. É um jogador polivalente e o que o Quenda traz é desequilíbrio, capacidade técnica, não é tanto pela posição. É um jogador com magia e que pode desequilibrar no último terço. O Quenda vai ter um futuro espetacular e, mesmo que entre em jogo ou não, a experiência de estar no grupo é muito importante para que conheça os nossos conceitos.

O que disse aos jogadores? Alertou-os para a necessidade de manterem o ritmo elevado? E o que disse na palestra do intervalo do jogo com a Polónia?

O importante será mostrar a mesma energia. Contra a Polónia, a primeira parte foi muito má, faltou frescura, faltou procurar os espaços que temos de encontrar, faltou um propósito no jogo. Já estamos há quase dois anos a trabalhar juntos e creio que podemos ajudar os jogadores a reagir nos momentos difíceis, é esse o trabalho da equipa técnica. Em outubro fizemos o mesmo, com 4, 5, 6 mudanças no onze em cada jogo. Há jogadores que já têm mais de 1.500 minutos nas pernas e, por isso, vamos precisar de jogadores com outra clareza e frescura física.

Para este jogo, Portugal não vai ter alguns dos jogadores mais experientes. Quem pode ser a nova voz de comando?

Vamos ter oito jogadores com muita experiência, muitas internacionalizações, mas o mais importante é o compromisso e termos os mesmos valores de equipa que mostrámos no Europeu e estão dentro do balneário. O talento está lá, agora vamos ter oportunidade de defrontar uma seleção muito evoluída tecnicamente, vai ser um grande desafio para nós, porque não há dúvidas do que estes jogadores podem fazer com bola, mas sem bola teremos de mostrar boa sincronização, estar bem estruturados e defender bem contra uma Croácia que desde há muitos anos joga muito bem.

Este jogo vai marcar algumas despedidas. Anthony Barry vai deixar a sua equipa técnica e também será o último jogo de Fernando Gomes como presidente da FPF...

No futebol, uma despedida só é boa com vitória. O Anthony é uma pessoa muito qualificada e preparada, trabalhou muito bem nestes dois anos e só tenho a agradecer o esforço dele. São coisas que acontecem no futebol e em março já vamos ter a nova equipa técnica. Ao presidente só tenho de agradecer o legado que deixa, que vai tornar muito mais fácil o futuro do futebol português. O que fez nestes 13 anos é um exemplo para o futebol mundial!

Tem dito que é muito difícil entrar nesta Seleção, mas também tem dado sinais de que é possível, chamando vários jovens. Pode revelar mais alguns nomes que tem no radar?

Sempre falei muito deste processo de acompanhar todos os jogadores. A porta está sempre aberta, mas também é difícil ser chamado quando temos tantos jogadores com qualidade, compromisso e experiência. Há oportunidade e mostrámos isso durante esta Liga das Nações, agora o grupo é maior do que era antes do Europeu e, além de ganhar, também é esse o objetivo, queremos um grupo mais competitivo.

O que pretende deste jogo, visto que Portugal já garantiu os objetivos?

Queremos terminar a fase de grupos ao mais alto nível. Temos feito muito trabalho. Espero um jogo muito difícil porque a Croácia precisa do resultado. É uma equipa que gosto muito de ver jogar, por causa da qualidade individual que tem e do espírito de equipa que tem. A posse de bola, a ética de trabalho... É uma das razões pelas quais tenho muita admiração pelo selecionador croata. Espero uma Croácia com personalidade, a entrar muito intensa. Temos de estar preparados.

Uma palavra sobre Luka Modric...

O que disser sobre o Modric nunca será suficiente. É um capitão incrível e é um exemplo para qualquer jovem futebolista pela forma como está em campo.