A competitividade no Andebol falou mais alto e o favoritismo não fez estragos. Das quatro equipas que, pela primeira fase, se apuraram diretamente para os quartos de final, só o FC Barcelona conseguiu garantir uma vaga na Final 4 da prova.

Pouco estava decidido após os embates da primeira mão, mas falamos de resultados que valeram em muito no desfecho dos “quartos”. Nenhum dos emblemas conseguiu reverter a desvantagem com a qual entravam no segundo jogo.

Colónia é o destino final. Será na cidade alemã que FC Barcelona, Füchse Berlin, SC Magdeburg e HBC Nantes protagonizarão a disputa pelo título de melhor equipa da Europa (e, francamente, do mundo).

Aalborg Håndbold vs. Füchse Berlin

Despachemos, primeiro, a eliminatória que menos dúvidas deixou. Não há muito a dizer, apenas que os, em ambas os jogos, só deu Füchse Berlin. Os alemães quiseram arrumar cedo com as contas e deram um passo gigante logo no primeiro confronto, como triunfo por 37-29. Assim, na viagem à Dinamarca, só o mais otimista dos adeptos acreditava que o Aalborg fosse capaz de repetir a presença na Final 4.

Ainda assim, a equipa de Berlim voltou a bater com o pé e demonstrou-se demasiado forte para o conjunto adversário. Desta vez, o resultado “apenas” favorecia o Füchse por quatro golos. Mesmo assim, foi a segunda diferença mais volumosa dos quartos de final (a primeira fez-se na primeira mão).

Não houve descanso. O Füchse consolidou o estatuto de melhor ataque da Liga dos Campeões com mais 40 remates concretizados. À data, o total é de 616 tentos em 18 jogos, mais 76 que o segundo classificado, posto partilhado entre o HBC Nantes e o Pick Szeged. Quanto a individualidades, os alemães constam com dois atletas no top de goleadores máximos, Lasse Andersson (terceiro com 107 golos) e, claro, Mathias Gidsel (segundo com 126).

Sporting CP vs. HBC Nantes

Um Pavilhão João Rocha cheio e pronto para empurrar os leões para uma inédita participação na Final 4. O resultado da primeira mão não favorecia os leões (estavam atrás na eliminatória por um golo), mas a invencibilidade caseira de já mais de dois anos encorajava todos os que vestiam de verde.

Mas vamos ao jogo. A primeira parte teve de tudo: defesas de alto nível, transições rápidas e, acima de tudo, várias trocas na liderança. O jogo pautou-se por esse equilíbrio desde os instantes iniciais e desenrolou-se até ao fim nesses moldes. A diferença? O HBC Nantes veio com um Ivan Pesic, guarda-redes croata, inspirado, com 15 defesas. No somatório dos dois embates, o guardião somou 25 tentos impedidos.

O Sporting não fugiu daquilo que nos tem vindo a apresentar. Um jogo rápido, fortemente sustentado pelas transições ofensivas, com um ataque dinâmico e fluído. A receita estava bem estruturada, mas pecaram significativamente no capítulo da finalização, o suficiente para deixar escapar aquilo que, no início da época, parecia impensável: um lugar entre as quatro melhores equipas da Europa.

Não será, certamente, por um jogo menos conseguido numa das fases do jogo que a temporada dos comandados por Ricardo Costa se torna desmerecida. O que o Sporting CP conquistou em 2024/25 chocou os amantes da modalidade e ajudou a elevar o nome do andebol português pelos grandes palcos.

FC Barcelona vs. Pick Szeged

O favoritismo pertencia ao conjunto blaugrana. À entrada para o segundo duelo, venciam a eliminatória por três golos. Mais que isso, tinham do seu lado a vantagem de jogar em sua casa. Tudo se parecia encaminhar a favor do FC Barcelona, mas o conjunto húngaro teve uma palavra a dizer.

A disputa foi acesa. O Pick Szeged viu-se atrás na contagem por quatro golos, já na segunda metade, mas não foi por isso que baixou os braços. No final de contas, conseguiram mesmo levar a melhor no embate, com uma vitória pela margem mínima (29-30), com o tento vitorioso a surgiu a cerca de 15 segundos do final.

O FC Barcelona fez o suficiente. Não para evitar a primeira derrota em casa para eliminatórias da Liga dos Campeões desde 1997, mas, sim, para assegurar a 13ª presença na Final 4, motivados para conquistar o 12º título da competição na sua história.

One Veszprém HC vs. SC Magdeburg

Este sim foi impróprio para cardíacos. O empate da primeira mão deixou tudo em aberto para o jogo na Hungria. E a verdade é que depois de 59 minutos e 55 segundos do duelo estava tudo na mesma, com tudo a indicar mais andebol para decidir o desfecho da eliminatória. Tal estaria mesmo para acontecer, não fosse a inspiração e a frieza de Kristjansson.

Os festejos foram alemães, completamente contra a corrente do jogo e diante de milhares de adeptos húngaros que tiveram tudo para acreditar no triunfo do Veszprém. O único momento em que a formação caseira esteve em desvantagem foi no minuto 57. Até lá, esteve sempre a vencer, tendo, até, conseguido uma vantagem de quatro golos por duas vezes (10-6 e 26-22).

Até aos 50’, o melhor que a turma visitante conseguiu foi igualar as contas por cinco vezes, sempre com um golo subsequente do Veszprém. Nos dez minutos finais, o SC Magdeburg reergue-se com um parcial de 1-6, potenciador da primeira vantagem dos alemães no duelo e a culminar no tento vitorioso do central islandês.