
O Nacional partiu para a partida em Moreira de Cónegos com um fantasma a pairar-lhe sob o espírito, pois já não ganhava naquela vila minhota há mais de dez anos.
É certo e sabido que não o conseguiu mas o fantasma sorriu, tendo em conta que o empate alcançado na reta final da partida, num cabeceamento certeiro de Zé Vítor após um livre muito bem batido por Gustavo Garcia, em lance que demorou seis (longuíssimos) minutos a ser analisado. Este desfecho, aliado à derrota do Aves SAD, garante-lhe matematicamente a manutenção na Liga, o objetivo da temporada — dispõe de nove pontos de primazia sobre os avenses e vantagem no confronto direto.
O Moreirense estava já tranquilo na tabela e talvez fruto disso Cristiano Bacci fez cinco alterações no onze, com a maior surpresa a passar pela saída de Kewin para a entrada de Caio Secco. Tiago Margarido apresentou pela terceira vez consecutiva a mesma equipa, mas na primeira parte não houve grandes melhorias em relação ao futebol apresentado pelas duas equipas nos seus últimos jogos, nos quais os cónegos tinham perdido frente ao Sporting e os madeirenses em casa diante do Gil Vicente.
A primeira parte, embora com ligeiro ascendente dos da casa, foi absolutamente enfadonha, com o único momento de maior emoção a passar por uma estrondosa cabeçada à barra de Daniel Penha após um cruzamento na esquerda de José Gomes.
Na segunda parte as balizas continuavam a parecer um lugar muito distante, mas fruto da sua necessidade pontual, o Nacional começou a arriscar mais. No entanto, num lance de contra-ataque, o saído do banco Benny faz um grande passe para Yan Maranhão na meia-direita e o brasileiro, apesar do remate algo enrolado, consegue bater Lucas França.
Empurrado por Djibril Soumaré e pelo inevitável Luís Esteves os madeirenses não entregaram as armas e conseguiram o empate, resultado que festejaram mesmo antes do início do encontro do Aves SAD diante do Benfica. A premonição não falhou…
A tarde de muito sol em Moreira de Cónegos pode ter derretido as boas ideias futebolísticas, mas as duas equipas ficaram satisfeitas com o resultado. Valha isso aos seus dirigentes mas os adeptos do futebol certamente pretenderiam mais.
BACCI COM PNEUMONIA
O treinador do Moreirense, Cristiano Bacci, não se sentou no banco. No dia anterior tinha corrido a informação mas de que estava com gripe mas deveria ir ao jogo mas o quadro clínico evoluiu para uma pneumonia e, assim, não pôde estar presente, entregando o comando da equipa ao adjunto Gilberto Andrade.
As notas dos jogadores do Moreirense: Caio Secco (5); Gilberto Batista (5), Maracás (5), Marcelo (5) e Frimpong (5); Rúben Ismael (4) e Ivo Rodrigues (5); Cédric Teguia (4), Alanzinho (6) e Joel Jorquera (6); Yan Maranhão (6); Benny (6), Antonisse (5), Luís Asué (5) e Schettine (—)
As notas dos jogadores do Nacional: Lucas França (5); Gustavo Garcia (6), Ulisses (6), Zé Vítor (7) e José Gomes (6); Daniel Penha (7) e Soumaré (7); Fuki Yamada (6), Luís Esteves (7) e Paulinho Bóia (4); Joel Tagueu (5); Dudu Teodora (4), Rúben Macedo (5), Matheus Dias (5), João Aurélio (—) e André Sousa (—)
REAÇÃO DOS TREINADORES
Gilberto Andrade (adjunto do Moreirense
O resultado parece justo. Temos pena não conseguir ganhar, porque o grupo e os adeptos mereciam, mas num lance que estava bem definido e foi trabalhado e há ali um erro onde sofremos o golo. Temos de trabalhar mais e melhor. O Dinis Pinto é um jogador que tem vindo a jogar, mas o Gilberto está preparado e fez um grande jogo. Relativamente ao Bacci, claro que uma equipa que é liderada por uma pessoa durante toda a semana e depois no jogo não estar a presença da imagem e a voz, claramente que nos fez falta
Tiago Margarido (Nacional)
Sabíamos que íamos defrontar um adversário difícil em casa. A verdade é que foi um jogo dividido, com poucos lances de golo, mas o que me vem à memória foi a nossa bola na trave .Na segunda parte, penso que o equilíbrio se manteve, mas penso que o Moreirense acaba por chegar ao golo de uma forma injusta para aquilo que estava a ser o jogo, num erro nosso. Depois acabámos por ser bafejados pela sorte, mas pelo que se passou pelos 90 minutos, houve justiça no resultado