«Equipa de primeira somos nós»: o cântico dos adeptos do Lusitano de Évora, ao longo de todo o jogo, embalou os jogadores verde e brancos para mais uma jornada histórica na presente edição da prova rainha do futebol português.
Realizando todo o percurso, até ao momento, entre equipas das ligas profissionais (Académico de Viseu, Estoril Praia e Aves SAD), o Lusitano de Évora, que disputa a série D do Campeonato de Portugal, voltou a demonstrar a sua força e qualidade no histórico e velhinho Campo Estrela, onde outrora outras grandes vitórias foram conquistadas, nomeadamente durante os 14 anos em que o clube competiu na primeira divisão. Os chamados "grandes" muitas vezes saíram de Évora derrotados, nos tempos de Vital, Falé, Zé Pedro, entre outros.
Teoricamente favorita nesta eliminatória, mas também alertada dos "feitos" recentes do seu adversário na prova, a Aves SAD apresentou-se no Campo Estrela autoritária com bola, equilibrada e paciente sem ela, não querendo Daniel Ramos que a sua equipa permitisse ao Lusitano de Évora as saídas rápidas sempre perigosas e que muito deram que fazer a viseenses e estorilistas.
Contudo, foi o Lusitano de Évora, treinada por Pedro Russiano, a tomar as rédeas do jogo e, precisamente, numa dessas saídas rápidas, aos 18 minutos, Miguel Lopes com um passe sensacional isolou Dida, que na cara de Simão Bertelli não perdoou.
O Lusitano controlava o jogo e aos 32 minutos, em mais uma descida à área adversária, beneficiou de uma grande penalidade, por falta de Simão Bertelli sobre Dida. MIguel Rosa não desperdiçou a oportunidade para aumentar a vantagem dos eborenses, perante o entusiasmo dos muitos adeptos da equipa da casa que lotavam as bancadas do Campo Estrela.
Respondeu o AVS ainda antes do intervalo, também através de uma grande penalidade, com Néné a reduzir para a margem mínima.
Daniel Ramos operou três substituições ao intervalo, a sua equipa subiu uns bons metros no terreno de jogo e criou muitas dificuldades aos jogadores contrários. No seu melhor momento do jogo, a Aves SAD sofreu um rude golpe com o segundo cartão amarelo mostrado pelo árbitro da partida a Gustavo Assunção, aos 57 minutos.
A partir deste momento, o Lusitano de Évora voltou a controlar os momentos do jogo e acabou por, praticamente, "matar" a eliminatória com a obtenção do terceiro golo, da autoria de Dida, que bisou, aos 67 minutos.
O Lusitano não mais perdeu o controlo da eliminatória e só acabou por permitir o segundo golo adversário no último minuto do período de compensação, num belo golpe de cabe de Zé Luís, na marcação de um pontapé de canto.
Vitória justa da melhor equipa no jogo. Boa arbitragem