É uma das embaixadoras do futebol português pelo Mundo. Construiu uma carreira na qual tem subido a pulso e que a levou, aos 27 anos, até ao México. Ana Dias, internacional portuguesa, tem colecionado golos numa equipa do Tigres que luta pela conquista do campeonato mexicano.
Em entrevista ao zerozero, a avançada diz-se feliz e tranquila com a nova vida no calor azteca. O Tigres surgiu na vida de Ana Dias no momento certo e resgatou-a de uma experiência menos feliz na NWSL, onde as coisas não se proporcionaram no Portland Thorns FC, o clube que a contratou depois de anos dourados com a camisola do Zenit.
A vida no México, a passagem por Portland, o jogar na Rússia em tempos de guerra... e a seleção nacional. A goleadora abriu a porta ao nosso portal e deu a conhecer a sua realidade atual.
«O México é um mundo completamente à parte»
ZEROZERO (ZZ): Como é que está tudo a correr?
Ana Dias (AD): So far, so good. Está a ser muito bom, muito positivo. Tudo isto foi super inesperado para mim, estava muito focada no Portland. O grupo é incrível, acho que é algo até cultural, elas são muito recetivas e têm-me acolhido muito bem. Estou aqui há cerca de dois meses, mas a afinidade que tenho com elas é como se estivesse aqui há imenso tempo e isso também se tem notado dentro do campo, o que é bom. Olho para trás e sinto-me em casa, tranquila e feliz, que é o mais importante. Sinto que tomei a decisão certa e até agora tem sido muito bom.
ZZ: São dois meses já intensos, com muitos jogos e golos. A adaptação tem sido tranquila?
AD: Tudo tranquilo até agora. Acho que é cultural e elas têm-me facilitado a adaptação. É óbvio que adaptações não são fáceis, mas o México está a ter outro encanto.
ZZ: Diz que as adaptações não são fáceis, mas os últimos anos têm sido com a casa às costas. Rússia, Estados Unidos e agora México. Tem sido fácil?
AD: Não, não são fáceis. A parte mais difícil, que ainda hoje luto, é estar longe da minha família. Mas eu também sou uma pessoa que quando quer mesmo uma coisa, leva isso até ao fim. Sabendo também a crença que têm em mim, ajuda-me mais.
E são experiências, eu gosto de conhecer outras culturas, outras realidades. Tudo o que sou hoje também se deve a essas experiências. Tenho crescido muito, tenho conhecido muito. Não é tão fácil como as pessoas pensam, mas consigo adaptar-me bem.
ZZ: Está do outro lado do Mundo, com seis ou sete horas de diferença. Como é que faz essa gestão para manter o contacto e atenuar a saudade?
AD: Mantenho o contacto todos os dias. Tenho que falar de manhã com eles [a família] ou então antes do treino. Quando acabo o treino já é de noite em Portugal, é quase impossível falar com os meus pais. Faço vídeochamadas ou ligo-lhes sempre que tenho um tempo livre, porque também é importante para mim saber como eles estão. Já não caminham para novos, começam a ser mais sensíveis, mais sentimentais. Sempre que tenho a oportunidade, é quase obrigatório no meu dia a dia. Tem sido assim nos últimos cinco anos e eles também entendem que é o meu objetivo, o meu sonho e o que me faz feliz. Eles apoiam-me e isso é o mais importante.
ZZ: No meio de tudo isto, também há espaço para espreitar uns jogos da Rita [a irmã, que atua no FC Famalicão]?
AD: Vou ser sincera: quando tenho oportunidade, sim. Na Rússia era mais fácil, porque eram duas ou três horas de diferença, havia transmissão no YouTube e era tranquilo. Depois com a guerra cortaram tudo e foi mais difícil. Sempre que tenho a oportunidade, vejo. Falo sempre com ela, ela manda-me mensagem sobre como correu o treino, o jogo, isto e aquilo. Manda-me sempre os melhores momentos dela para eu ver. Não vejo o jogo, mas estou sempre com ela.
ZZ: Falando um pouco mais deste Tigres, como é que surge a oportunidade? A Ana não estava assim há tanto tempo nos Estados Unidos e surge a oportunidade de entrar no maior clube do México.
AD: Sinceramente, não faço ideia. Acho que já tinham interesse em mim há algum tempo e a proposta surgiu no verão, quando até acho que estávamos na Summer Cup. Jogámos contra o Tigres e contra muitas equipas mexicanas, não sei se ajudou ou não. Eu também não estava num bom momento no Portland e surgiu a oportunidade. Falei com quem tinha de falar, percebi que eles me queriam muito e siga.
ZZ: Alguma vez pensou acabar no México?
AD: Não, nunca na vida. Mas também dizia isso da Rússia e fui lá parar (risos).
ZZ: O estilo do futebol mexicano tem sido um bom encaixe?
AD: Como digo, a afinidade que criei com elas e as pessoas que tenho à minha volta ajudam-me bastante. Não conhecia nada da realidade mexicana, de todo, mas é uma liga muito competitiva. As primeiras quatro, cinco equipas não têm um fosso muito grande. É muito intenso, muito competitivo. Estamos sempre a jogar e há muita rotatividade, o que é bom. Até agora estou mesmo a encaixar bem, também pelas pessoas que tenho à minha volta e que facilitam muito o meu trabalho.
ZZ: Também encaixou fora do campo? Em termos de cultura, de comida, dos costumes...
AD: A comida ainda é um pouco complicado, porque é tudo muito picante. É só um pequeno detalhe, mas de resto está tudo tranquilo. Adoro o calor, estou na minha praia.
ZZ: Está num clube que tem muita história no México e que é provavelmente o maior do país. Sente essa grandeza no dia a dia?
AD: Eu, pelo menos, sinto. Quando surgiu a oportunidade, senti-me super orgulhosa e realizada. 'É o maior clube do México e quer-te realmente, não sejas estúpida e vai'. É muito profissional com tudo, muito organizado. Nem consigo descrever, sinto que é um clube mesmo para mim. Sentimos a magnitude, toda essa grandeza. Os adeptos, o envolvimento que a comunidade tem com o clube... É brutal. É muito semelhante com a América e isso também mostra a grandeza do clube.
ZZ: É um clube com uma massa adepta fervorosa, que inclusive detém o recorde de assistência online num jogo de futebol. Como é que é viver um jogo no estádio do Tigres?
AD: É de loucos. Eles vão do oito ao 80 e tu passas de bestial a besta num instante. Sentes muito a energia. Temos cinco, dez mil no estádio e agora vai começar a liguilha, que é a fase de apuramento de campeão. Acredito que vai encher mesmo o estádio. Sentes a adrenalina, é mesmo brutal, no bom sentido da palavra.
ZZ: Traz responsabilidade acrescida?
AD: Claro que sim. Falo por mim, mas nós estrangeiras, que somos apenas quatro, também estamos a representar o nosso país. E eles também conseguem ser mauzinhos (risos), mas tem sido uma pressão boa, está a correr tudo bem. Não tenho razões de queixa.
ZZ: São só quatro estrangeiras. Está aí a Ana Seiça para ajudar também, mas como é viver sendo uma das poucas estrangeiras do plantel?
AD: Não acho que seja muito difícil, até porque a língua - espanhol - ajuda e a maior parte do plantel também fala inglês. Sou eu, a Seiça, a [Jenni] Hermoso e a Thembi [Kgatlana], que também desenrasca no espanhol e no inglês. Acho que é mesmo do povo mexicano, são super abertas e querem que te sintas em casa como se fosses mexicana. Fazem tudo para estares bem, acho que é cultural. A adaptação está a ser mais rápida do que pensava.
ZZ: Com esta forma tão fervorosa como os adeptos vivem o futebol no México, é fácil andar na rua ou ainda é interpelada para uns autógrafos ou fotografias?
AD: Um bocadinho. Ainda por cima em Monterrey... Há duas equipas aqui, o Tigres e as Rayadas, é uma febre enorme. Mas sim, já reconhecem e pedem. Mas são muito delicados, muito queridos. Pedem para tirar uma fotografia ou por um autógrafo. Mas ainda dá para andar na rua tranquila (risos).
ZZ: É a primeira vez que vive uma ligação desse género?
AD: Sim. Na Rússia era diferente, também senti esse carinho e reconhecimento, mas de forma diferente. O México é um mundo completamente à parte. Isto já nasce com eles e nunca vi nada assim.
«Não podíamos falar sobre o assunto da guerra, era como se vivesse numa bolha»
ZZ: Falando um pouco da Rússia, onde esteve muito tempo e com muito sucesso. Como é que surge uma porta de entrada na Rússia, sendo que estava a jogar na Liga BPI, mas nunca passou por nenhum dos clubes ditos grandes?
AD: O Zenit estava a começar o futebol feminino, tinha muito interesse em mim e achava que as minhas caraterísticas iam encaixar bem no projeto. Surgiu assim, do nada. Acho que foi um treinador que gosta muito de Portugal, via a liga e gostou muito de mim. Foi muito na base do 'é bom para ti, vai'. Acreditei, fui e foi a melhor experiência até agora.
ZZ: Sem receios?
AD: Falei com a minha família, porque era a minha primeira experiência no estrangeiro e era logo mudar de Portugal para a Rússia, que é o maior país do Mundo. O bom disto tudo foi eu também não conhecer a realidade deles e ir. Não tinha a noção. Tinha a ideia de como podiam ser as pessoas e que o país era grande. Era a minha experiência e pensei 'vai, se correr bem, correu, se não correr, voltas para Portugal e está tudo bem'. Eu sou assim.
ZZ: Esperava que tivesse corrido tão bem como correu?
AD: Não esperava. Eu gosto sempre de retribuir a confiança que têm em mim e vou dar sempre o meu melhor, mas não esperava que fosse tão bom como foi. Tenho que estar muito grata. Fui feliz, deram-me tudo. Até me custa falar da Rússia, porque eu não queria sair, mas tinha mesmo que ser. Era o momento certo também. Fui muito feliz, foi uma história muito bonita e sei que, se um dia lá quiser voltar, tenho as portas abertas e me vão receber bem. É o que fica, as memórias e como fazes com que as pessoas se sintam.
ZZ: Na altura em que está na Rússia, tem início o conflito armado com a Ucrânia. Como é que se gere a situação, porventura tentando desligar para manter o foco no trabalho, mas ao mesmo tempo sendo uma cidadã estrangeira a viver na Rússia. O que é que mudou?
AD: Os primeiros tempos foram muito difíceis, quando tudo começou. Sentia muita pressão da minha família, até quando saiu a lei da FIFA que permitia todos os jogadores estrangeiros saírem. Foi muita pressão, não sabia o que fazer, não sabia o que era melhor para mim. Tínhamos mais duas jogadoras estrangeiras e elas decidiram sair. Confiei no clube. Sempre estiveram lá para mim nos bons e maus momentos, sobretudo nos maus, porque também os tive.
Não podíamos falar sobre o assunto da guerra. Era como se vivesse numa bolha, basicamente. Senti-me sempre segura e protegida. Não me arrependo de ter ficado lá.
ZZ: O que é que sentiu que mudou de um momento para o outro? A guerra forçou a desligar do mundo exterior?
AD: Eu desliguei completamente. Os meus pais estavam constantemente a mandar-me notícias, também a puxar um bocadinho para eu ir embora. Percebo perfeitamente e respeito, mas cheguei a uma altura em que pedi para não mandarem mais nada. Não estava a par e não queria estar, porque sabia que me podia afetar e não queria que isso acontecesse, uma vez que tinha decidido ficar.
Desliguei completamente. Não via televisão, não via notícias. O que eu sabia era o que me iam dizendo, quando era mais grave e eu tinha mesmo que saber. Mas evitei fazê-lo, tive mesmo de desligar.
ZZ: Antes da Rússia houve A-dos-Francos, Cadima, Condeixa, Amora... O grande momento acaba por ser no Condeixa, com 40 golos em 17 jogos.
AD: Sim. Não desvalorizando, mas era II Liga. A aposta que o Condeixa estava a fazer, não só em mim mas noutras jogadoras de grande qualidade, era para subir à Liga BPI. Foi um momento bom para fazer golos e para me mostrar. Se não tivesse feito essa época, talvez não surgisse o Amora. Uma coisa gera a outra. Tem sido uma história muito bonita e o bom de tudo é que tem sido sempre a crescer, o que me deixa muito orgulhosa por tudo o que tenho conquistado e também muito grata. Espero que ainda venham mais coisas para conquistar, principalmente pelo Tigres. Ser campeã era um sonho.
ZZ: Disse que ainda falta muito para conquistar. O que é que falta exatamente conquistar?
AD: Quero mesmo muito ser campeã pelo Tigres. Se há essa possibilidade, quero sê-lo. A liguilha vai ser a doer, cada jogo vai ser uma final e estou muito focada no coletivo. Quero ajudar ao máximo com golos, principalmente, mas o objetivo é ser campeã pelo Tigres. Tem sido um ano muito desafiante e era acabar em grande, com aquela lágrima de felicidade no canto do olho. Quero muito fazê-lo por eles e pela aposta e confiança que estão a ter em mim. Foram resgatar-me num momento em que eu não estava feliz e quero ganhar muito por eles.
ZZ: Vê-se muitos anos pelo México?
AD: Por enquanto tenho dois anos de contrato e quero cumpri-los, estou muito feliz. Depois logo se vê. Ainda tenho muito tempo para pensar, muita coisa pode acontecer. O futebol é um mundo de negócios, não sabemos o amanhã. Quero desfrutar do momento, estou bem e feliz. Depois logo se vê.
ZZ: O facto de partilhar plantel com um nome como Jenni Hermoso também coloca mais olhos em vocês? Apesar de o fenómeno no México já falar por si só.
AD: Não sei. Obviamente que ter uma Hermoso na equipa dá mais visibilidade, não só aqui no México, mas também lá fora. Ela ganhou agora o prémio Sócrates, está envolvida no futebol feminino e é muito importante para nós tê-la no balneário. Estou muito feliz por partilhar o campo e aprender com ela. Claro que é bom e espero que venham mais Putellas e Aitanas. É sempre bom.
ZZ: O Tigres é muito dado a causas sociais e à comunidade. Já teve oportunidade de fazer parte de algo mais virado para esse aspeto?
AD: Há um envolvimento muito grande com a comunidade. Ainda não participei em nenhuma campanha, mas é algo que quero muito fazer. É sempre bom para nós conhecer outras pessoas, outras realidades. Quero mesmo muito experienciar isso e o clube sabe. É esperar. Na próxima entrevista digo como foi (risos).
«A jogadora portuguesa tem que começar a ser uma aposta válida»
ZZ: Olhando para o impacto que está a ter no Tigres e para o impacto que também a Ana Seiça está a ter, como é que os mexicanos começam a olhar para a jogadora portuguesa?
AD: Primeiro, acho que é o reconhecimento do bom trabalho que tem sido feito pela jogadora portuguesa. Falo de mim, falo da Seiça, mas também de outras jogadoras portuguesas. Acho que, no fundo, acabamos por ser um pouco o exemplo do que é a jogadora portuguesa. Ou seja, o clube mexicano olha para nós e diz 'ok, aquele é o perfil da jogadora portuguesa, gosto'. É aquela pressão boa. No fundo, é criar oportunidades para outras jogadoras e eu acho que a jogadora portuguesa tem que começar a ser uma aposta válida, porque há muita qualidade e talento em Portugal.
ZZ: Sente a pressão acrescida de carregar a bandeira?
AD: Claro! O público olha para ti, gosta e começa a querer mais jogadoras portuguesas. Eles já dizem isso. Quando contrataram a Seiça, e ela está a ser tremenda aqui, está a correr mesmo muito bem, obviamente que lhe foram pedir opiniões sobre mim. Eles sabem que a próxima jogadora portuguesa já podem vir perguntar o que nós achamos. É uma pressão boa e espero que venham mais [portuguesas]. É uma liga muito interessante, e se houver esta continuidade da aposta em jogadoras estrangeiras, tem tudo para ser uma liga de referência mundial.
ZZ: Viramo-nos para Portland. A passagem foi curta por lá. O que é que não clicou?
AD: Não sei. Não me encaixei, acontece. Às vezes corre bem, outras vezes não corre. Estou muito grata a eles, conheci pessoas fantásticas. Tive oportunidade de partilhar balneário com uma Christine Sinclair, uma Sophia Smith, uma Becky Sauerbrunn, jogadoras de referência. Para mim, poder ter tido a oportunidade de partilhar um balneário com elas foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira. Foi pensar 'ok, Ana, estás a fazer um bom trabalho e tens valor para estar aqui'. Só que, lá está, foi o estilo de jogo... Não me encaixei. Às vezes corre bem, outras vezes não, e agora estou aqui e estou feliz.
ZZ: O estilo de jogo de Portland ou da NWSL? Fecha a porta ao campeonato ou mantém em aberto um possível regresso?
AD: De Portland. A NWSL é a melhor liga do Mundo, qualquer jogadora gostava de lá estar um dia. Não fecho a porta à liga, aos Estados Unidos, porque é mesmo uma liga de outro Mundo. É soberbo. Foi mesmo Portland, acontece. Mas está tudo bem.
ZZ: Tendo em conta o bom momento que tem atravessado, foi com alguma surpresa que se viu o seu nome estar ausente da última convocatória da seleção. Custa mais essa chamada não surgir quando está num grande momento?
AD: O tema da seleção nacional é muito delicado para mim. Trabalhei também sempre em prol de representar o meu país, acho que é o expoente máximo e o sonho de qualquer jogadora. No fundo, são decisões. Só o selecionador sabe quem está em melhores condições para representar a seleção, para estar dentro desse espaço. Cabe-me a mim ter que respeitar.
ZZ: E trabalhar todos os dias para lá voltar.
AD: Sim, esperar outra vez pela oportunidade.
ZZ: Que é que podemos esperar até ao final da temporada no Tigres?
AD: Muitos golos e o campeonato. O meu foco primordial agora é ganhar o campeonato pelo Tigres.
ZZ: Também jogou a Champions com o Tigres. Como vê o nível do futebol na CONCACAF?
AD: Se formos ver as classificações, é engraçado porque as equipas que acabaram em primeiro foram ambas mexicanas. Há diferenças, há rotatividade, mas não é assim tão diferente, não há assim tanta discrepância entre as ligas [México e EUA].
ZZ: Estamos mesmo a fechar. Olhando para o que já alcançou hoje, alguma vez a jovem Ana Dias acreditava poder atingir estes patamares?
AD: Nada. O futebol para mim sempre foi uma segunda opção. Eu era muito focada nos estudos e em acabar a faculdade, o meu mestrado e tudo e mais alguma coisa. Foi um plano B. Olho para trás e digo 'wow, continua miúda'. Estou muito orgulhosa e grata. 'Não desistas, se te faz feliz, vai e arrisca'. É arriscar e isso acaba por tornar tudo tão bonito.
ZZ: Mas acabou os estudos?
AD: Terminei. Terminei os estudos e aí é que me foquei no futebol.
ZZ: Em que área?
AD: Ciências do Desporto.
ZZ: É uma possível carreira após o futebol?
AD: Uma possível carreira. Tenho um plano B, o que é bom. Vamos ver, só o futuro saberá e gosto de me focar no presente, mas é bom ter um plano B. O futebol não é para sempre.