Champions League, 5.ª jornada: quarta-feira, 27 de novembro de 2024, 20h00.

A ANTEVISÃO: ONZE GOLOS EM DOIS JOGOS PROMETEM SORRISOS BENFIQUISTAS; MONEGASCOS ESTÃO NO TOPO DA TABELA MAS SOFREM UM POR JOGO

É a surfar onda de confiança e entusiasmo que o Benfica chega ao Principado para meter o ponto nos Is em termos de Champions League: os três pontos perdidos enigmaticamente frente ao Feyenoord terão agora de ser recuperados fora de casa. Uma chatice, sobretudo quando percebemos o atual momento do adversário, até há bem poucas semanas o líder da Ligue 1 – mas o Louis-II, mesmo apesar do Mónaco andar a cumprir com os livros de estilo do bom futebol, será à partida fortaleza mais frágil que a de Turim. E por isso cabe ao Benfica arregaçar as mangas, essencial é manter o foco: com a equipa a compreender perfeitamente a filosofia “Lageana”, os golos surgem em catadupa e a média por jogo vai aumentando a níveis irrisórios, a fazer lembrar 2018-19: 42 golos marcados nos 13 jogos desde o regresso, a resultar em 3,23 por partida, a chegar devagarinho aos 3,7 conseguida nas 19 jornadas de Lage nessa Liga. E este Mónaco, cheio de qualidades, não prima pela estabilidade defensiva…

Para a viagem seguiram Nuno Félix e Tiago Parente, duas promessas do Seixal que saltam para os lugares deixados por Jan Niklas Beste e Renato Sanches, entregues aos cuidados da enfermaria. Os titulares estão todos a postos e por isso pode Rui Costa exigir algo mais. «Estamos sempre confiantes. Espero um jogo à Benfica, é o que esperamos».

Já Hutter e os seus pupilos focam sobretudo a sua preocupação no homem do jogo frente ao Estrela. É Di Maria quem impõe temor no balneário adversário. Se o treinador exclama que o argentino «é um dos melhores jogadores da Liga dos Campeões dos últimos 15, 20 anos» e aproveita para relembrar que é preciso «defender bem enquanto equipa e ser corajosos em campo para provar que somos um adversário difícil para o Benfica», remetendo para os portugueses toda a pressão do favoritismo, já Caio Henrique, lateral brasileiro que defrontou Ángel quando este andou por Paris, preferiu ser lacónico: «É um jogador de classe mundial».

Com o apito aparecerá Rade Obrenovic, coadjuvado por Jure Praprotnik e Grega Kordez nas laterais, David Smajc como quarto árbitro e Alen Borosak na cabine do VAR.

10 DADOS RÁPIDOS

  1. Só por uma vez o Mónaco surgiu no caminho do Benfica: na fase de grupos 2014/15 houve empate em França (0-0) e triunfo na Luz (1-0).
  2. E o empate é o melhor registo que o Benfica consegue em França, em jogos de Champions – em oito viagens, cinco delas deram derrota.
  3. Em 18 viagens, o Benfica só voltou vencedor em quatro delas. Acumulou nove derrotas e score de golos negativo (15 marcados, 21 sofridos). A última vitória remonta a 2012-13, com o 2-3 em casa do Bordéus. Lage saiu derrotado da única viagem até terras gaulesas enquanto treinador encarnado (3-1 em Lyon).
  4. E também não tem as melhores recordações de Adi Hütter, com quem se encontrou nos Quartos da Liga Europa em 2018-19: se o avassalador 4-2 em Lisboa prometia a qualificação, uma exibição apagada em Frankfurt (2-0), frente ao Eintracht, acabou com tudo.
  5. Adi Hutter continua igual a si próprio, sempre mais preocupado com as potencialidades ofensivas dos seus conjuntos que com os preceitos da contenção. O Mónaco segue a ritmo de marcha pela Ligue 1 (2º classificado, oito vitórias e 21 golos em 12 jornadas) e pela Liga dos Campeões (3º lugar, 10 pontos, 10 golos). Se em Frankfurt deixou marca em 3-4-2-1, agora prefere o 4-2-3-1.
  6. Sobretudo para aproveitar as qualidades de Akliouche e Ben Seghir, os irreverentes dribladores que saíram das escolas monegascas para levar a equipa às costas, pelas bandas: são os melhores marcadores da equipa com quatro golos (e Akliouche é o líder também nas assistências, com mais quatro).
  7. Mas falta acertar ainda algumas coisas na retaguarda, como avisam os quatro golos sofridos na Champions (principalmente os dois em Zagreb) e os dez em 12 jornadas na Ligue, com apenas três clean sheets.
  8. Mas voltemos aos dados internacionais para olhar o registo monegasco contra portugueses, para dar ânimo: 11 jogos e só duas vitórias, a última em… 1997. De lá para cá, sete jogos, cinco derrotas – e no Louis-II, nenhum português vergou. Nem Braga, nem Benfica, nem Porto.
  9. E Hutter com portugueses? Já perdeu em casa, sim. O Vitória de Ivo Vieira ganhou em Frankfurt por 2-3, na última jornada da fase de grupos da Liga Europa 2019-20.
  10. Rade Obrenovic, o árbitro, é um esloveno de 34 anos já com belo registo de futebol internacional (mais 40 jogos entre Champions, Liga Europa, Conference e Selecções) mas não teve ainda a oportunidade de conhecer nem Benfica (os séniores, pelo menos) nem Mónaco. Estreou-se na Liga dos Campeões o ano passado, num Antuérpia-Shakhtar.

JOGADORES A TER EM CONTA

Florentino Luís – Para a máquina funcionar à frente, é preciso quem garanta a estabilidade dos circuitos e a confiança necessária aos artistas para inovarem – ou descobrirem novos caminhos na chegada ao golo. Florentino é o maior artista da quadrilha de malandros encabeçada por Di Maria porque faz o seu trabalho sem dar muito nas vistas, até porque se antecipa a todos os movimentos suspeitos. Está sempre um passo à frente, o raciocínio de pernas largas e gesto certeiro. Cumpre mais uma Champions de arromba, surgindo no topo de todos os rankings defensivos. Para segurar os Akliouches, Seghires, Minaminos ou Golovins, quem melhor que ele

Maghnes Akliouche – A última coqueluche do principado brilha intensamente pela habilidade com bola, que se traduz num futebol cheio de magia traiçoeira. A sua ginga e capacidade técnica, exponenciada pelos mesmos genes magrebinos de grandes fantasistas como Mahrez ou Ounahi, dá-lhe a criatividade e discernimento suficientes para organizar toda a frente de ataque da equipa, sendo sempre ele a referência, seja em saída rápida ou organização ofensiva. Normalmente surge pela direita e portanto será um excelente desafio para Carreras.

XI´s PROVÁVEIS

AS Mónaco: Majecki; Vanderson, Singo, Kehrer e Mawissa; Camara e Zakaria; Akliouche, Minamino e Ben Seghir; Embolo

Treinador: Adi Hutter

«Eles têm seis pontos, nós temos dez em quatro jogos, por isso, a pressão estará mais do lado do Benfica. Será um encontro entre duas equipas que gostam de jogar um futebol ofensivo».

FC Porto: Trubin; Bah, Tomás Araújo, Otamendi e Álvaro Carreras; Florentino, Fredrik Aursnes e Orkun Kokçu; Dí Maria, Akturkoglu e Pavlidis

Treinador: Bruno Lage

«Uma equipa muito interessante, com uma dinâmica de ataque à profundidade. Os quatro da frente são muito fortes a romper linhas, quer em diagonais curtas como longas. Consegue criar muitas oportunidades de golos através das transições. É uma equipa muito forte e trabalhámos muito nisso para amanhã conseguir vencer o jogo».

PREVISÃO DE RESULTADO: AS Mónaco 2-3 Benfica