
Apesar da divergência com Pinto da Costa, que superou nas últimas eleições do clube, André Villas-Boas admite que a morte do histórico líder foi marcante para o FC Porto e abordou esse tema em entrevista ao O Jogo.
«Foi difícil para mim, mas toda a gente sabe que o ato eleitoral foi forte em trocas de piropos e de mimos, sendo que depois tive a felicidade de ainda estar com o presidente e partilhar a liderança da presidência entre clube e SAD, embora gostasse que tivesse sido de outra forma. Custou-me muito ter sido difícil convencer a família para que o presidente passasse os últimos momentos no Estádio do Dragão, porque a verdade é que a cerimónia poderia ter sido ainda mais digna e elevada. Penso que honrou o FC Porto e honrou Jorge Nuno Pinto da Costa, mas poderia ter sido muito melhor», disse.
«A auditoria forense era algo que eu tinha programado, planeado e anunciado em campanha eleitoral. O relatório final demorou a ser concluído, acabámos por anunciá-lo já em janeiro. Nunca tive o intuito de magoar ou de desprestigiar tudo o que foi atingido pelo presidente. Nem penso que isto, de certa forma, toque a magnitude do que ele atingiu no FC Porto, que é muito superior a tudo o que é resultado da auditoria forense.»
O presidente do emblema azul e branco foi ainda questionado sobre a Operação Pretoriano e a relação do FC Porto com as respetivas claques, lamentando as imagens da noite da Assembleia Geral de novembro de 2023:
«Não presenciei os atos pelos quais os arguidos estão a ser julgados. A SAD é assistente e prestei as minhas declarações. É um processo longo e, enquanto presidente do FC Porto, tenho muita tristeza em ter constatado confrontos entre sócios e de todo um ambiente de tensão. Ninguém fica indiferente às imagens daquela noite», começou.
«Não estamos de costas voltadas. Lidamos, atualmente, com a Comissão de Gestão dos Super Dragões. Procedemos a mudanças significativas no protocolo e uma coisa parecia nos evidente: os sócios da Associação Super Dragões não poderiam ter benefícios que fossem superiores aos associados do FC Porto. No fundo, o que nos choca aqui é constatar que o FC Porto acaba por se auto lesar durante anos a fio nessa relação.»