É o tudo ou nada para tentar estar no Mundial de Budapeste, entre 13 e 19 de junho. Com o Circuito Mundial parado para que os judocas se preparem para a grande prova da temporada e sem que Portugal tenha levado alguém, no passado fim de semana, ao Grand Slam do Cazaquistão, há quem necessite, urgentemente, de pontos para tentar figurar entre os 100 melhores do ranking. Condição que a federação internacional impõe para a inscrição no campeonato e por isso há que tentar pontuar.

É o que vão fazer Bárbara Timo (-70 kg) e Raquel Brito (-52 kg) ao integrarem a equipa de 17 judocas, oito dos quais femininos, que no próximo fim de semana vão competir no Open Europeu de Benidorm, no sul de Espanha.

Apesar da competição do Circuito Europeu apenas dar 100 pontos para o vencedor (70 pts para o 2.º classificado e 50 para o 3.º), isso pode ser o suficiente para que Bárbara, 110.ª do ranking, e Raquel, 124.ª, possam conquistar o visto para competirem na capital húngara.

Note-se que, em ambos os casos, trata-se de duas judocas que mudaram de categoria de peso após os Jogos de Paris-2024, e por isso tiveram de começar do zero a escalada no ranking. Curiosamente, se Timo quisesse lutar em Budapeste nos -63 kg, com que foi olímpica pela segunda vez, ainda permanece como 38.ª do mundo. Já Brito é 83.ª nos -48 kg, onde competiu até ao verão. Aliás, a própria Telma Monteiro (-57 kg) que entretanto retirou-se da competição antes dos Jogos, mantém-se em 57.ª.

Mas Bárbara, que já foi vice-campeã mundial de -70 kg e bronze nos -63 kg, tem ainda outra concorrência. É uma das três judocas da Seleção nos -70 kg e Taís Pina está no 20.º lugar, enquanto Joana Crisóstomo é 63.ª. Em abril, para o Europeu de Podgorica, Timo foi ao Montenegro por ter conseguido cumprir os critérios de qualificação da federação – ficou de fora Joana -, mas agora terá de estar entre as 100 melhores para ocupar uma das duas vagas da Seleção.

Há ainda outros judocas que têm acompanhado a equipa principal no Circuito Mundial, casos de Otari Kvantidze (-73 kg, 49.º) e Miguel Gago (-66 kg, 90.º), que vão combater ao Open Europeu, mas mais para ganhar alguma rodagem competitiva e subir no ranking ou, no caso do segundo, assegurar igualmente que não é ultrapassado e se mantém no top 100.