O braço de ferro entre Benfica e Monaco não começou bem para o clube português, que esta tarte viu os mais jovens perderam por 1-0 no principado, em jogo a valer para a Youth League. Mas não por não terem arriscado, garante o treinador Vítor Vinha. "Lá dentro combinámos que ia chegar o momento em que íamos dar tudo e se tivéssemos de perder por mais íamos perder. Se tivéssemos de arriscar e ir em busca de outro resultado, íamos fazer. Eles perceberam isso e nos últimos 15, 20 minutos tivemos ocasiões claras para empatar", disse o técnico, no final da partida.

O principal erro está identificado. "A finalização tem sido o nosso maior defeito. Com a quantidade de oportunidades claras que temos para marcar devíamos ter mais golos e pontos. Há que continuar a trabalhar e evoluir", sustentou Vítor Vinha, que viu a equipa ficar reduzida a 10 jogadores a partir do minuto 18 com a expulsão de Olívio Tomé.

"Obviamente que há um jogo até à expulsão e outro depois disso. Esta competição é o topo do futebol neste contexto. Jogar 10 contra 11 é muito difícil com a qualidade do adversário, a capacidade técnica e física que têm. É muito difícil mas a maior ressalva que tenho a fazer é o empenho, a alma, a organização que tivemos. A capacidade de saber sofrer quando tínhamos de sofrer e depois, mais nesta parte final, de tentar arriscar para chegar ao empate. E se calhar com oportunidades para mais. Estou muito orgulhoso destes rapazes fantásticos. Perdemos e temos de estar tristes pelo resultado, tem de ser assim, é esta a nossa mentalidade, o nosso foco e forma de estar dentro do clube. Temos de ter esta exigência. Mas ao mesmo tempo tudo o resto foi fantástico, soubemos jogar o jogo, muito importante no crescimento dos jogadores", sublinhou o treinador, acrescentando: "Soubemos organizar-nos para defender e depois ir em busca de outro resultado. Infelizmente ou felizmente criámos essas oportunidades mas na hora da verdade voltámos a falhar no capítulo da finalização. Temos duas, três situações no final para marcar."

"Isto está a ser construído desde trás. Estes jogadores estão aqui há bastante tempo, têm muita qualidade, um entendimento sobre o jogo já muito bom. Este ano estamos a conseguir dar esse passo em frente na formação deles, para que consigam perceber o jogo, os momentos do jogo, quando é precisam de defender, quando atacar. Perceber onde estão vantagens, onde o adversário é forte. Há jogadores lá dentro [de campo] que são a extensão do treinador, por vezes nem é preciso falar nada que eles já sabem o que está a acontecer. É fruto do trabalho diário e a partir do momento em que ficamos com menos um perceberam o que era pretendido. Ao intervalo reforçamos essa situação, corrigimos um ou outro momento", acrescentou. 


"A expulsão marcou o jogo"

Também Martim Ferreira mencionou o cartão vermelho que fez com que a equipa jogasse mais de 70 minutos reduzida a 10 jogadores. "De salientar a prestação da equipa, tudo o que fizemos ao longo do jogo. Obviamente o vermelho marcou o jogo, uma expulsão cedo, mas mesmo assim continuámos a lutar. Na segunda parte não demos tantas oportunidades, mesmo com 10. Continuámos à procura do golo e tivemos oportunidades para fazer o empate e se calhar pensar em algo mais. Mas há que destacar esta entreajuda, demos tudo até ao último minuto. Crescemos muito neste jogo", analisou o médio. 

Apesar de ter ficado mal no lance do golo do Monaco, Martim garante que reagiu bem. "Trabalhámos muito para não errar mas os erros fazem parte do crescimento. Continuámos focados, mesmo após sofrer, a pensar que o próximo lance correria melhor, e acho que consegui desligar do erro, continuar a jogar e puxar pela equipa. Foi uma equipa à equipa, sempre à procura de mais, da vitória. Saímos tristes mas estamos de cabeça erguida e a pensar no próximo jogo", terminou.