Carlos Sainz expressou a sua desilusão face ao iminente reinício das regras da Fórmula 1 em 2026, lamentando que a nova competitividade do desporto possa ser desfeita. Após uma histórica temporada de 2024 que viu sete pilotos e quatro equipas conquistarem vitórias, Sainz acredita que a atual era da F1 finalmente atingiu um equilíbrio harmonioso—um que agora está em risco de ser perturbado.
A Idade Dourada da Competição na F1
A temporada de 2024 será lembrada como uma das mais emocionantes na história da F1. Não só sete pilotos diferentes venceram várias corridas, como a Red Bull, McLaren, Ferrari e Mercedes subiram ao lugar mais alto do pódio durante as últimas cinco corridas. A convergência do desempenho das equipas nivelou o campo de jogo, permitindo que a habilidade dos pilotos brilhasse mais do que nunca.
Falando no Grande Prémio de Abu Dhabi, Sainz expressou a sua frustração:
“Acho que a Fórmula 1 está num bom momento agora. O piloto faz mais diferença, e o Campeonato de Construtores parece mais equilibrado. Já não se trata apenas do orçamento—trata-se das pessoas e da infraestrutura. É uma pena que este reinício venha em 2026, quando finalmente estamos a alcançar um campo de jogo equilibrado.”
Alterações às Regras de 2026: Uma Mudança de Jogo ou um Retrocesso?
As próximas regulamentações de 2026 visam revolucionar o desporto. As principais alterações incluem:
- Carros menores e mais leves com dimensões mais estreitas.
- Aerodinâmica móvel na frente e atrás para aumentar as oportunidades de ultrapassagem.
- Uma revisão da unidade de potência, com maior dependência da eletrificação.
Embora a intenção seja levar a F1 para um futuro mais sustentável, a história sugere que mudanças drásticas nas regras muitas vezes perturbam o equilíbrio competitivo. Sainz notou como ciclos anteriores mudaram dramaticamente a hierarquia:
- Em 2014, a Mercedes dominou a era híbrida, conquistando oito Campeonatos de Construtores consecutivos.
- A Red Bull capitalizou as regras de 2022, quebrando recordes com duas dobradinhas consecutivas, enquanto a Mercedes lutava para se adaptar.
“Olhem para o que aconteceu em 2014 e 2022,” disse Sainz. “As equipas acertaram muito ou erraram muito. Leva anos para recuperar desses erros.”
Um Cenário Competitivo em Risco
Com a diferença de desempenho entre as equipas a diminuir significativamente, 2025 está prestes a ser uma das temporadas mais equilibradas da história da F1. Equipas como McLaren e Ferrari têm surgido para desafiar a dominância perene da Red Bull e da Mercedes, criando um espetáculo que tanto os fãs como os pilotos estão a apreciar. Sainz acredita que o estado atual do desporto merece ser preservado:
“Pela primeira vez, parece que a Fórmula 1 é verdadeiramente justa. Podemos ver quem é a melhor equipa e quem é o melhor piloto sem disparidades massivas. Reiniciar isto em 2026—é uma pena.”
Será que a F1 consegue reconstruir-se rapidamente após o reset?
O receio é que 2026 crie outra era desequilibrada, com uma equipa a avançar enquanto as outras lutam para alcançar. No entanto, Sainz mantém-se otimista de que, se o pelotão conseguir convergir após a dominante temporada de 2023 de Verstappen, poderá fazê-lo novamente após 2026.
“Mesmo que 2026 abra as portas, esperamos encontrar uma forma de apertar a competição rapidamente,” concluiu Sainz. “A última coisa que a F1 precisa é perder o impulso que construímos.”