Depois de uma primeira volta imaculada, a ronda inicial da segunda volta pôs fim ao registo intratável do Benfica, que chegava a Torres Vedras com pleno de vitórias nas onze jornadas anteriores mas, desta feita, conheceu o primeiro percalço no seu percurso – leia-se, o primeiro empate (1-1) – perante o Torreense, quarto classificado que justificou a condição de sensação da temporada até ao momento com uma prestação de muita organização, e também com culpas próprias das encarnadas, que evitaram a derrota sobre o final.

O início da partida refletiu um domínio ligeiro do Benfica perante um Torreense confiante nas suas ações, que foi sustendo a pressão das encarnadas, que conheceu maior expressão aos 24 minutos, momento em que inclusivamente conseguiram marcar. O lance foi, todavia, invalidado por fora-de-jogo de Cristina Martin-Prieto e aos 30’, foi a defensora torreense Jenna Tivnan quem afastou a bola sobre a linha de golo e evitou que o marcador aí se inaugurasse.

A águia esteve próxima de marcar, mas não o fez e acabou por sofrer nos últimos minutos do primeiro tempo, que foram de maior foco ofensivo para o Torreense, que dispôs de duas boas situações para marcar. Um período importante que teve o condão de motivar a equipa da casa para a disputa do segundo tempo, no qual entrou a dividir o território até que, aos 58 minutos, chegou mesmo à vantagem através de um remate cruzado e muito bem direcionado de Janaína Weimer.

A atacante brasileira explorou um erro de cálculo de Catarina Amado e captou um passe longo colocado por Rafaela Rufino e colocou o emblema do Oeste na frente do resultado e o golo sofrido alertou o Benfica, que avançou para substituições de cariz ofensivo de forma a anular a desvantagem. No entanto, as campeãs nacionais reagiam sempre com pouco critério, atordoada por uma posição que não conhecia – tratava-se da primeira vez que, em todo o campeonato, a águia se via em desvantagem no marcador.

Sem inspiração mas com muita transpiração, a águia revelou-se persistente e tal deu fruto já perto do final, aos 90+3, com uma cobrança de um livre direto de Anna Gasper para um desvio oportuno de Carole Costa, junto à linha de golo, a garantir que o Benfica evitava o primeiro desaire no campeonato. Galvanizadas pelo empate resgatado, as encarnadas ainda forçaram a reviravolta e poderiam tê-la conseguido aos 90+7, mas a guardiã Jenny evitou que Chandra Davidson finalizasse de cabeça e em boa posição, segurando assim um ponto para a equipa local.