
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), sediado em Lausanne, na Suíça, deu razão ao Inter Milão no diferendo com o Sporting devido à saída de João Mário de Alvalade para a Luz em 2021.
Os leões, recorde-se, exigiam o pagamento de 30 milhões de euros de indemnização, pelo facto de um acordo de 2016 com o Inter ter incluída uma cláusula antirrival, que pretendia justamente evitar que o médio representasse outro clube (grande) português.
João Mário voltou ao Sporting em 2020/21 emprestado pelo Inter. No final da época acabou por rumar ao Benfica, o que, na perspetiva da SAD leonina, configurou uma violação do acordo de 2016 (quando o internacional português foi transferido para os nerazzurri por 40 milhões de euros - tendo rendido mais 3 M? em objetivos).
O tribunal entendeu que não existiam provas suficientes para condenar o Inter ao pagamento do valor pretendido pelo Sporting.
Segundo Record apurou, no entanto, o TAS levantou questões e dúvidas sobre o processo que resultou na rescisão de João Mário com o Inter para depois assinar pelo Benfica sem qualquer encaixe para o emblema transalpino, quando o Sporting até fez uma proposta concreta de 5 milhões de euros pelo jogador, agora no Besiktas.
"O Painel admite que ficam por esclarecer questões relativas ao racional económico na base da decisão do Inter em concordar com a prematura rescisão do contrato de trabalho e abdicar de uma possível receita de transferência do Sporting assim como o excerto das demonstrações financeiras do Benfica que regista um 'investimento total de 5,513 milhões de euros' para adquirir os direitos económicos do jogador, em concreto questões relativas à natureza dos custos desse investimento e a quem é que os mesmos foram pagos pela transferência de um jogador livre", pode ler-se no texto do acórdão, ao qual Record teve acesso.
Nas contas semestrais da época 2021/22, a Benfica SAD reportou, de facto, o referido valor, acrescentando que o mesmo foi destinado à aquisição do passe do médio, a despeito deste ter rescindido com o Inter no verão anterior, como o próprio clube de Milão anunciou, a 12 de julho de 2021, em comunicado no seu site oficial.
"Aquisição dos direitos de inscrição desportiva e económicos do jogador João Mário, num investimento total de 5.513 milhares de euros, que engloba os encargos com serviços de intermediação e o efeito da atualização financeira tendo em consideração os planos de pagamento estipulados", comunicaram as águias, a 1 de março de 2022.
A decisão do TAS ainda é passível de recurso para o Supremo Tribunal Suíço. O Sporting, sabe Record, ainda está a analisar se vai recorrer.