
A Fórmula 1 está à beira de uma revolução, enquanto o CEO Stefano Domenicali pressiona por uma grande reformulação nas regulamentações dos motores para evitar uma crise semelhante aos tumultuosos eventos de 2009. Domenicali defende motores mais acessíveis para manter os fabricantes no desporto, um tema que tem ganho destaque nas discussões recentes.
As próximas regulamentações das unidades de potência de 2026 levantaram preocupações sobre o peso financeiro para os OEMs, mas também desempenharam um papel fundamental na atração de grandes nomes como Audi, Ford e o regresso da Honda à Fórmula 1. Em meio a conversas sobre a possibilidade de voltar a motores V10 de combustão interna com combustíveis sustentáveis como uma alternativa económica à fórmula híbrida atual, Domenicali enfatizou a importância de respeitar os investimentos passados e de não fazer alterações nas regras de forma precipitada.
Olhando para a crise de 2009, desencadeada pela recessão económica global, vários fabricantes saíram da F1, incluindo Honda, BMW e Toyota. As repercussões desse período ainda persistem, com incertezas financeiras a ressurgirem devido a fatores externos, como as políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump. Domenicali defende agora motores mais simples e económicos que mantenham uma ligação com tecnologias relevantes para a estrada, como combustíveis sustentáveis.
À medida que a F1 navega por estes tempos desafiadores, a visão de Domenicali para o futuro dos motores alinha-se com o desejo de unidades de potência mais leves, baratas e mais divertidas após 2026. As conversas entre a FIA, a F1 e os OEMs sugerem um possível regresso aos motores V8 com KERS, combinados com combustíveis sustentáveis, reminiscentes da fórmula vista em 2009.
Numa declaração ousada, Domenicali enfatizou a necessidade de se preparar para potenciais crises que poderiam impactar a indústria automóvel, apelando a reduções de custos enquanto se preserva a relevância tecnológica. Com a recente saída da Renault da F1 a destacar a natureza volátil do envolvimento dos fabricantes, o apelo de Domenicali por mudanças é mais urgente do que nunca.
A Fórmula 1 encontra-se num cruzamento, com Domenicali a liderar a mudança para uma nova era de regulamentos de motores que priorizam a sustentabilidade, a acessibilidade e a competitividade. O futuro do desporto pode muito bem depender destas decisões cruciais, enquanto se esforça para evitar as armadilhas do passado e traçar um caminho em direção à estabilidade e ao sucesso a longo prazo.