Mandão, inteligente, sério. Rúben Amorim expôs, no passado, diversas vezes, a necessidade da equipa crescer nestes palcos e parece ter conseguido. O leão arrancou da melhor forma a nova edição da renovada Liga dos Campeões e venceu os franceses do Lille por 2-0.

Era a estreia portuguesa e do Sporting nesta renovada Liga dos Campeões. Do lado leonino, Rúben Amorim tinha como únicas surpresas no onze titular Diomande e Geny Catamo, na esquerda. Já do lado do Lille, o português Tiago Santos começava no banco de suplentes.

Quem tem um avançado destes...

Apesar de jogar fora de casa, num Estádio de Alvalade pelas costuras, o Lille apareceu a pressionar bastante alto, sobrepovoando o miolo com os seus quatro médios - Zhegrova e Sahraoui fechavam a defender - para retirar Hjulmand e Morita da construção leonina. Isto obrigou o Sporting a explorar várias vezes o passe vertical, quase sempre em busca de Gyokeres, para ultrapassar essa pressão. O sueco ia fazendo bem esse trabalho de pivot e triangulando com Pote e Trincão.

Do outro lado, por sua vez, os dogues eram bem mais assertivos com bola. A turma francesa ainda circulava pela defesa para chamar a pressão lusa, mas acelerava processos pelas alas e ia insistindo na sua asa direita, onde morava Zhegrova, o seu elemento mais atrevido no passe e drible. Isto permitiu ao Sporting controlar bem a largura e profundidade e focar-se mais no processo ofensivo, onde o Lille ia tentando atrasar processo com agressividade na recuperação e recurso à falta.

Aproveitando essa linha de pressão alta, que deixava espaço entre defesas e médios, e as triangulações entre avançados, o Sporting ia, a espaços, criando perigo. O primeiro sinal surgiu aos 28', quando Gyokeres desmarcou Pote na esquerda da área e Chevalier se superiorizou. Contudo, dez minutos depois, o sueco fez estragos e num trabalho tremendo em plena área francesa, onde obrigou Alexsandro ao erro, rodou entre três defesas e rematou para golo.

Expulsão ajudou Sporting @Kapta+
A máscara mostrava-se na Champions. a Festa fazia-se nas bancadas e os suspiros de alívio intensificam-se, especialmente quando, aos 40', Angel Gomes - ex Boavista - viu o segundo amarelo e consequente vermelho, deixando o Lille reduzido a dez.

Chocolate belga

Percebendo que o seu miolo não estava a carburar como desejado e habitualmente, Rúben Amorim promoveu a entrada de Daniel Bragança ao intervalo, por Morita, para dar mais qualidade com bola no pé e aproveitar a pressão menos intensa do Lille. O Sporting estava claramente com mais espaço para construir, mas, do outro lado, o Lille não se inibia e, mesmo com menos um, mostrava vontade de ter bola e atacar.

@Kapta+
Esse atrevimento gaulês dava espaço ao Sporting para as transições e linhas mais subidas, permitindo aos centrais aproximar-se do processo ofensivo. Foi dessa forma que, aos 65', Debast deixou toda Alvalade boquiaberta, com um potentíssimo e colocadíssimo remate de fora da área, para o 2-0. O estádio estava de pé e nem os suplentes leoninos escondiam a surpresa com o tento do central belga.

O golo, apesar do momento da noite, serviu de calmante ao jogo. O ritmo abrandou - Lille não foi além de arrancadas individuais - e o Sporting foi inteligente a gerir a vantagem. Já perto do fim, Amorim permitiu a estreia do novo avançado Conrad Harder - como prometido, a dividir ataque com Gyokeres. Contudo, nem isso trouxe grande emoção à ponta final - mérito leonino - e o Sporting entrou na Liga dos Campeões a vencer e com o pé direito.