Ex-diretor de comunicação do FC Porto deixou uma extensa mensagem nas redes sociais

Francisco J. Marques saiu em defesa de Pinto da Costa e deixou novamente diversas críticas a André Villas-Boas, bem como a toda a atual estrutura diretiva do FC Porto. Numa extensa mensagem nas redes sociais, o ex-diretor de comunicação dos dragões deu o seu esclarecimento sobre os mais recentes dados divulgados pela auditoria às contas dos azuis e brancos, concretamente sobre o dinheiro gasto para benefício pessoal e as faturas das férias que metia na plataforma do clube.
Eis a mensagem de Francisco J. Marques:
"A ausência de qualquer tipo de manifestação do Benfica e do Sporting sobre a morte de Pinto da Costa motivou um comunicado do FC Porto. O silêncio dos dois grandes clubes de Lisboa é condenável e ilustra mais de quatro décadas de subalternidade perante um FC Porto que venceu mais sozinho do que os rivais de Lisboa juntos. Mas o que dizer das palavras do presidente André Villas-Boas, que ouvimos falar nos valores de Pinto da Costa, que lemos fortes elogios num texto publicado pela imprensa, depois de ter andado a passar para a Tânia Laranjo que Pinto da Costa tinha comprado joias com o dinheiro do FC Porto, o que é uma vergonhosa e inaceitável mentira? No fundo, AVB insinuou várias vezes, direta e indiretamente, que JNPC roubou o FC Porto e agora veio encher a boca com palavras bonitas. Não sei quais são as falsas, só AVB pode dizer, mas ou estava a ser falso quando insinuava que PdC roubou, ou estava a ser falso quando fez o elogio fúnebre.
Lamento muito desagradar tanto ao exército de bots anónimos e alguns de carne e osso, mas para mim o comportamento dos últimos meses de AVB e da direção do FC Porto é muito pior do que a lamentável atitude de Benfica e Sporting. E o impacto que isso teve nos últimos meses de vida de Jorge Nuno Pinto da Costa, a desilusão que eu testemunhei por a nova direção criar uma narrativa que o apresentava como alguém que não foi sério, que não se sacrificou sempre pelo FC Porto, deixou-o muito, muito triste e não pode ser esquecido. É verdade que desde a notícia da morte houve muita coisa que merece ser elogiada. AVB e restante direção respeitaram o pedido para não irem ao funeral, o estádio foi bem preparado para os sócios e adeptos se despedirem, aquela iniciativa das portas do estádio foi ótima. Antes, a direção de AVB andou a hostilizar JNPC desde que tomou posse, a tratá-lo mal, não cumprindo sequer o protocolo devido a um presidente honorário. Não foi convidado, por exemplo, para a cerimónia de hastear da bandeira do aniversário do clube, a 28 de setembro.
Pior, quando o JN pediu uma reação a comunicação do FC Porto mentiu, ao dizer que foram convidados os órgãos sociais, o que é falso, pois Pinto da Costa integrava o Conselho Superior, que faz parte dos órgãos sociais, e não foi convidado, bem como todos os membros do Conselho Superior da anterior direção. Ao mesmo nível rasteiro e inaceitável esteve a rejeição da correspondência enviada para o Estádio do Dragão para Jorge Nuno Pinto da Costa, com a indicação de destinatário desconhecido. Este é mesmo dos episódios mais lamentáveis e claro que ninguém com dois dedos de testa acredita que uma coisa destas seja feita por decisão de um funcionário menor (conheço bem a competência e responsabilidade da grande maioria dos funcionários do FC Porto). Na AG de novembro AVB fez-se de sonso, disse que não sabia e que ia averiguar, mas a verdade é que nunca prestou qualquer esclarecimento sobre um assunto que só mostra pequenez e um qualquer espírito de vingançazinha ridículo. Mas o pior de tudo foi mesmo repetirem à exaustão que Pinto da Costa se serviu do FC Porto, que gastou dinheiro do FC Porto indevidamente, através de uma auditoria feita à medida, até temporalmente, para deixar ficar mal o gigante que nos pegou pela mão e nos levou ao céu.
Vamos ao que interessa: a auditoria faz referência que entre outros gastos indevidos houve até joias compradas com dinheiro do FC Porto. No texto da auditoria não é identificado o autor, mas logo um dia depois da sua divulgação a Tânia Laranjo surgiu na CMTV a dizer que esses gastos tinham sido feitos por JNPC, repetindo a graça nas páginas do Correio da Manhã. Ora, como a Tânia Laranjo, que se saiba, não tem acesso aos escritórios do Estádio do Dragão, teve de ser alguém do FC Porto a passar-lhe esse pormenor que não consta no texto da auditoria. Quem o fez fê-lo obviamente para deixar ficar mal JNPC, para criar a ideia de que o presidente honorário afinal se tinha servido do FC Porto. Como eu disse na AG de janeiro, não sei quem o fez, mas sei quem é o responsável, chama-se AVB. Confrontei AVB com isso, apontei-lhe o dedo, mas curiosamente o presidente esqueceu-se de esclarecer isso quando respondeu e era exatamente a isso que tinha de responder, o resto era menos importante. Eu não sei se JNPC comprou joias ou não, mas há uma coisa que sei e ninguém me pode desmentir. Sei eu, sabe-o toda a gente que trabalhou e trabalha no FC Porto, sabe-o AVB, sabe-o Angelino Ferreira, sabe-o a direção atual do FC Porto. Aquele dinheiro era salário e com o salário cada um de nós faz o que muito bem entende. Sim, salário puro e duro, salário de JNPC, salário dos restantes administradores, salário de todos os quadros médios-altos do FC Porto. Internamente chama-se DRPs, é uma espécie de complemento salarial e o modelo que está ainda hoje em vigor foi uma sugestão de engenharia fiscal feita, imagine-se, pela Deloitte, em 2010 (já antes havia o modelo, mas foi nessa altura que se generalizou).
Aliás, o pagamento de complementos salariais continua em vigor no FC Porto e a direção de AVB ainda no passado mês de janeiro pagou aos funcionários o valor de DRPs que estava em atraso desde que assumiu funções. O pagamento de DRPs funciona da seguinte maneira, há uma plataforma onde se entra com a respetiva password e se tem acesso à página onde consta o plafond anual. O pagamento é feito de forma irregular, à medida que vai havendo disponibilidade, contra a apresentação de comprovativo do gasto. E que gastos são elegíveis? Essencialmente, faturas de refeições, de viagens. Percebem a desfaçatez que é dizer que havia viagens que nada tinham a ver com a atividade do clube? Claro que não tinham, tratava-se de férias. Eu, por exemplo, metia sempre as faturas das férias. Eu e toda a gente. Caros amigos, eu não corro o risco de ser desmentido em nada disto e toda a gente que trabalha no FC Porto o pode confirmar. A direção de AVB está a mentir aos sócios quando diz que havia administradores a apresentar viagens que nada tinham a ver com a atividade do clube para serem pagas pelo clube, porque na verdade estavam a ser pagas com o próprio salário. Podemos discutir se os salários dos administradores eram demasiado altos – e na minha modesta opinião, eram – mas não tinham sido decididos pelos próprios, mas sim pela Comissão de Vencimentos.
O presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar pode confirmar tudo isto, pois enquanto foi administrador financeiro da SAD do FC Porto beneficiou exatamente da mesma situação, como o próprio confirmou recentemente. No caso de Angelino, AVB não quer ser ressarcido? Para finalizar, sendo que voltarei a este tema sempre que a direção do FC Porto mentir publicamente sobre o assunto, JNPC foi vítima de uma campanha miserável protagonizada pela direção de André Villas-Boas. Desde a tomada de posse, em maio, até à morte de Pinto da Costa a direção do FC Porto só procurou diminuir o legado do melhor de todos nós, talvez porque sabe de antemão que nunca poderá resistir à comparação, como desgraçadamente tem ficado tão evidente nas diversas equipas, sejam de futebol ou das modalidades.
PS: enquanto for vivo defenderei o legado de Pinto da Costa. Defendê-lo-ei com verdade, com respeito, com admiração e nunca deixarei de apontar o dedo a quem procurar denegrir o melhor de todos nós. Pinto da Costa tinha qualidades e defeitos, como todos, mas a verdade é que era muito melhor do que todos nós e o trabalho que fez no FC Porto é a maior façanha de um português contemporâneo."
Eis a mensagem de Francisco J. Marques:
"A ausência de qualquer tipo de manifestação do Benfica e do Sporting sobre a morte de Pinto da Costa motivou um comunicado do FC Porto. O silêncio dos dois grandes clubes de Lisboa é condenável e ilustra mais de quatro décadas de subalternidade perante um FC Porto que venceu mais sozinho do que os rivais de Lisboa juntos. Mas o que dizer das palavras do presidente André Villas-Boas, que ouvimos falar nos valores de Pinto da Costa, que lemos fortes elogios num texto publicado pela imprensa, depois de ter andado a passar para a Tânia Laranjo que Pinto da Costa tinha comprado joias com o dinheiro do FC Porto, o que é uma vergonhosa e inaceitável mentira? No fundo, AVB insinuou várias vezes, direta e indiretamente, que JNPC roubou o FC Porto e agora veio encher a boca com palavras bonitas. Não sei quais são as falsas, só AVB pode dizer, mas ou estava a ser falso quando insinuava que PdC roubou, ou estava a ser falso quando fez o elogio fúnebre.
Lamento muito desagradar tanto ao exército de bots anónimos e alguns de carne e osso, mas para mim o comportamento dos últimos meses de AVB e da direção do FC Porto é muito pior do que a lamentável atitude de Benfica e Sporting. E o impacto que isso teve nos últimos meses de vida de Jorge Nuno Pinto da Costa, a desilusão que eu testemunhei por a nova direção criar uma narrativa que o apresentava como alguém que não foi sério, que não se sacrificou sempre pelo FC Porto, deixou-o muito, muito triste e não pode ser esquecido. É verdade que desde a notícia da morte houve muita coisa que merece ser elogiada. AVB e restante direção respeitaram o pedido para não irem ao funeral, o estádio foi bem preparado para os sócios e adeptos se despedirem, aquela iniciativa das portas do estádio foi ótima. Antes, a direção de AVB andou a hostilizar JNPC desde que tomou posse, a tratá-lo mal, não cumprindo sequer o protocolo devido a um presidente honorário. Não foi convidado, por exemplo, para a cerimónia de hastear da bandeira do aniversário do clube, a 28 de setembro.
Pior, quando o JN pediu uma reação a comunicação do FC Porto mentiu, ao dizer que foram convidados os órgãos sociais, o que é falso, pois Pinto da Costa integrava o Conselho Superior, que faz parte dos órgãos sociais, e não foi convidado, bem como todos os membros do Conselho Superior da anterior direção. Ao mesmo nível rasteiro e inaceitável esteve a rejeição da correspondência enviada para o Estádio do Dragão para Jorge Nuno Pinto da Costa, com a indicação de destinatário desconhecido. Este é mesmo dos episódios mais lamentáveis e claro que ninguém com dois dedos de testa acredita que uma coisa destas seja feita por decisão de um funcionário menor (conheço bem a competência e responsabilidade da grande maioria dos funcionários do FC Porto). Na AG de novembro AVB fez-se de sonso, disse que não sabia e que ia averiguar, mas a verdade é que nunca prestou qualquer esclarecimento sobre um assunto que só mostra pequenez e um qualquer espírito de vingançazinha ridículo. Mas o pior de tudo foi mesmo repetirem à exaustão que Pinto da Costa se serviu do FC Porto, que gastou dinheiro do FC Porto indevidamente, através de uma auditoria feita à medida, até temporalmente, para deixar ficar mal o gigante que nos pegou pela mão e nos levou ao céu.
Vamos ao que interessa: a auditoria faz referência que entre outros gastos indevidos houve até joias compradas com dinheiro do FC Porto. No texto da auditoria não é identificado o autor, mas logo um dia depois da sua divulgação a Tânia Laranjo surgiu na CMTV a dizer que esses gastos tinham sido feitos por JNPC, repetindo a graça nas páginas do Correio da Manhã. Ora, como a Tânia Laranjo, que se saiba, não tem acesso aos escritórios do Estádio do Dragão, teve de ser alguém do FC Porto a passar-lhe esse pormenor que não consta no texto da auditoria. Quem o fez fê-lo obviamente para deixar ficar mal JNPC, para criar a ideia de que o presidente honorário afinal se tinha servido do FC Porto. Como eu disse na AG de janeiro, não sei quem o fez, mas sei quem é o responsável, chama-se AVB. Confrontei AVB com isso, apontei-lhe o dedo, mas curiosamente o presidente esqueceu-se de esclarecer isso quando respondeu e era exatamente a isso que tinha de responder, o resto era menos importante. Eu não sei se JNPC comprou joias ou não, mas há uma coisa que sei e ninguém me pode desmentir. Sei eu, sabe-o toda a gente que trabalhou e trabalha no FC Porto, sabe-o AVB, sabe-o Angelino Ferreira, sabe-o a direção atual do FC Porto. Aquele dinheiro era salário e com o salário cada um de nós faz o que muito bem entende. Sim, salário puro e duro, salário de JNPC, salário dos restantes administradores, salário de todos os quadros médios-altos do FC Porto. Internamente chama-se DRPs, é uma espécie de complemento salarial e o modelo que está ainda hoje em vigor foi uma sugestão de engenharia fiscal feita, imagine-se, pela Deloitte, em 2010 (já antes havia o modelo, mas foi nessa altura que se generalizou).
Aliás, o pagamento de complementos salariais continua em vigor no FC Porto e a direção de AVB ainda no passado mês de janeiro pagou aos funcionários o valor de DRPs que estava em atraso desde que assumiu funções. O pagamento de DRPs funciona da seguinte maneira, há uma plataforma onde se entra com a respetiva password e se tem acesso à página onde consta o plafond anual. O pagamento é feito de forma irregular, à medida que vai havendo disponibilidade, contra a apresentação de comprovativo do gasto. E que gastos são elegíveis? Essencialmente, faturas de refeições, de viagens. Percebem a desfaçatez que é dizer que havia viagens que nada tinham a ver com a atividade do clube? Claro que não tinham, tratava-se de férias. Eu, por exemplo, metia sempre as faturas das férias. Eu e toda a gente. Caros amigos, eu não corro o risco de ser desmentido em nada disto e toda a gente que trabalha no FC Porto o pode confirmar. A direção de AVB está a mentir aos sócios quando diz que havia administradores a apresentar viagens que nada tinham a ver com a atividade do clube para serem pagas pelo clube, porque na verdade estavam a ser pagas com o próprio salário. Podemos discutir se os salários dos administradores eram demasiado altos – e na minha modesta opinião, eram – mas não tinham sido decididos pelos próprios, mas sim pela Comissão de Vencimentos.
O presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar pode confirmar tudo isto, pois enquanto foi administrador financeiro da SAD do FC Porto beneficiou exatamente da mesma situação, como o próprio confirmou recentemente. No caso de Angelino, AVB não quer ser ressarcido? Para finalizar, sendo que voltarei a este tema sempre que a direção do FC Porto mentir publicamente sobre o assunto, JNPC foi vítima de uma campanha miserável protagonizada pela direção de André Villas-Boas. Desde a tomada de posse, em maio, até à morte de Pinto da Costa a direção do FC Porto só procurou diminuir o legado do melhor de todos nós, talvez porque sabe de antemão que nunca poderá resistir à comparação, como desgraçadamente tem ficado tão evidente nas diversas equipas, sejam de futebol ou das modalidades.
PS: enquanto for vivo defenderei o legado de Pinto da Costa. Defendê-lo-ei com verdade, com respeito, com admiração e nunca deixarei de apontar o dedo a quem procurar denegrir o melhor de todos nós. Pinto da Costa tinha qualidades e defeitos, como todos, mas a verdade é que era muito melhor do que todos nós e o trabalho que fez no FC Porto é a maior façanha de um português contemporâneo."