Tiago Martins viajou até Moreira de Cónegos, onde dirigiu o Moreirense FC/FC Porto. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:

10' Qualidade na decisão do internacional lisboeta, primeiro ao aplicar a vantagem em infração sobre Fábio Vieira e na sequência ao sancionar Asué com o primeiro amarelo da partida após agarrar Alan Varela, impedindo-o de iniciar saída prometedora.

14' Tiago Djaló chegou atrasado à dividida com Madson, acabando por pisar o pé do brasileiro com alguma negligência. O central não concordou, mas a advertência foi justa.

24' Francisco Moura tentou disputar a bola com a cabeça numa zona que sugeria que não o fizesse (abaixo da cintura). O árbitro entendeu que a abordagem ao lance de Madson foi perigosa (pé de cima para baixo). Aceita-se a interpretação. Fica no entanto o esclarecimento: quando um jogador coloca em risco a sua própria integridade física, cometendo jogo perigoso passivo, é ele que deve ser sancionado. A exceção são os guarda-redes na respetivas áreas.

33' Madson procurou a falta duas vezes, caindo com alguma facilidade em disputas legais com os adversários. O árbitro lisboeta fez bem ao não validar a pretensão do avançado do Moreirense.

35' Golo do FC Porto, a abrir o marcador em Moreira de Cónegos: João Mário cruzou da direita para Pepê (em posição regular, porque atrás do penúltimo adversário) marcar. Decisão acertada do árbitro assistente.

41' A equipa visitada empatou a partida em Moreira de Cónegos, na sequência de cabeceamento vitorioso de Asué, após cruzamento da esquerda de Frimpong. 

Nota: o intervalo durou 18'09", sem que se percebesse o motivo do atraso. Convém recordar que regularmente esse período não deve exceder os quinze minutos.

51' Foi muito ao de leve (quase imperceptível), mas Caio Secco tocou mesmo com a ponta dos dedos na bola antes desta sair pela sua linha de baliza. Seria pontapé de canto para o FC Porto, não de baliza para o Moreirense. O momento prova que há situações de jogo que são quase impossíveis de detetar a olho nu.

51' Madson caiu na área adversária em lance que não teve repetição televisiva. Pelo que foi possível perceber, o contacto existiu (com Francisco Moura), foi fora da área e não aparentou ser irregular.

70' Alan Varela fez falta sobre Madson. O critério amplo do árbitro (igual para as duas equipas, sublinhe-se) desvalorizou o contacto, aceitando-o como legal.

74' Cartão amarelo bem exibido a Nehuén Pérez após agarrar Madson sem qualquer interesse em disputar a bola. A infração do argentino cortou saída prometedora. Bem o árbitro.

75' Tecnicamente há diferença entre ter o braço à frente do corpo/cara para o proteger de possível impacto e levar a mão na direção da bola, desviando a sua trajetória de forma irregular. O árbitro assistente (?) esteve muito bem ao dar indicação de que tinha havido infração defensiva. Pontapé de penálti bem assinalado.

78' Na sequência dos festejos do golo, Alan foi advertido por atitude antidesportiva em relação aos adeptos adversários (?).

80' Martim Fernandes viu o amarelo na sequência de carga nas costas de Antonisse. Ficámos com a ideia que a sanção foi desnecessária.

90' O treinador do Moreirense não concordou mas Rúben Ismael atingiu mesmo o peito de Rodrigo Mora (lance no limite entre imprudência/negligência). O pontapé-livre foi bem assinalado.

 Nota final - 6m de descontos justificados na 2ª parte. Houve dez substituições em cinco paragens de jogo. Foram exibidos três cartões amarelos e o jogo parou algum tempo entre o assinalar do pontapé de penálti e a sua execução. Os festejos do segundo golo  também atrasaram o recomeço.