Portugal venceu a Eslovénia, por 82-74, em jogo de qualificação para o Eurobasket-2025 (Grupo A), realizado esta sexta-feira à noite em Almada. A seleção das quinas teve dois períodos de enorme fulgor e qualidade exibicional elevada, mas perdeu o ímpeto e teve de resistir à recuperação da adversária com mais esforço do que tecnicismo, para garantir, já no derradeiro minuto, uma vitória que parecia acessível ao intervalo.
A seleção portuguesa iniciou o jogo a defender muito bem e a atacar melhor ainda, alcançando um parcial de 8-1 ao quarto minuto que motivou o primeiro desconto de tempo ao treinador esloveno. A intervenção do técnico Aleksander Sekulic não teve efeitos imediatos e os pontos subsequentes da sua equipa foram quase todos obtidos da linha de lance livre. Do lado contrário, Portugal continuava a encontrar caminhos de penetração para o cesto e quando o primeiro lançamento não entrava, os ressaltos ofensivos eram conquistados (por vezes até o segundo), resultando em acumulação de pontos de avanço. No final do período inaugural, a vantagem lusa atingia a dúzia (22-10), depois de a equipa se ter estreado nos triplos, por Amarante, mas eram Delgado, a destacar-se com 5/5 de lançamentos de campo (10 pontos), e a eficácia coletiva (Queiroz e Travante) nos ressaltos (15 vs. 7) que mais contribuíam para a diferença.
A exibição de Portugal continuou a subir de nível no início do segundo quarto de jogo, e como corolário, mais um bom parcial (8-3) que mais do que duplicou a pontuação dos Tigres face à dos eslovenos (30-13). Estes continuavam a somar erros que eram aproveitados pelos portugueses para contra-atacarem em situações de vantagem numérica, e numa destas, a meio do tempo deste período, André Cruz brindou o público em Almada com um afundanço para colocar a vantagem na vintena (36-16).
Todavia, depois de Delgado ter desperdiçado dois lances livres, os eslovenos apontaram o seu segundo triplo e completaram parcial de 6-0, forçando, então, o treinador Mário Gomes a solicitar time out. As orientações do selecionador resultaram, e Gameiro Brito empolgaram ao somar mais dois triplos ao saldo luso, elevando-o, ao intervalo, a uma expressão certamente imprevista (49-24), após ingénuo roubo de bola de Travante.
Com 25 pontos à maior para defender (gerindo) nos segundos 20 minutos, a Seleção não recomeçou a contenda com o ímpeto e o acerto com que o fez no início e sofreu com a reação da sua congénere eslovena, que arrancou no terceiro período com inesperados 13-4. Mário Gomes teve de parar o jogo, mas as suas diretrizes não resultaram nos proveitos desejados, mantendo-se a recuperação dos visitantes até aos 14 pontos a instantes do final do quarto, mas um triplo de Gameiro e um roubo de bola de Cruz que levou a contra-ataque bem-sucedido, valeram cinco pontos... caídos do céu (64-48).
De sobreaviso, a formação portuguesa entrou para o derradeiro período com objetivos evidentes, arrefecer o jogo, fazer render o tempo de posse de bola e suster a réplica da turma eslovena. A estratégia surtiu efeito, e com 3 minutos decorridos o marcador avançara apenas 4-0 a favor do adversário, mas um triplo antes do dobrar da metade do quarto meteu os forasteiros a menos de 10 pontos (7 com 64-57), fazendo soar os alarmes nas hostes lusas, que viam os rivais recuperarem em todos os parâmetros, incluindo os ressaltos (38 vs. 28) e nos pontos após turnovers (14 vs. 17).
Urgia estancar a sangria e durante dois minutos a equipa das quinas conseguiu-o, preservando a vantagem na dezena (69-59) a três minutos do final, uma eternidade em basquetebol. E quando Portugal aplicou golpe marcante com triplo de Brito, a Eslovénia respondeu em dose dupla, colocando-se a tão-só cinco pontos. Contudo, a menos de 1 minuto da buzina derradeira, um lance de estoicismo e perseverança de Brito, a ganhar três ressaltos ofensivos até converter, foi determinante e um exemplo para a equipa cerrar fileiras num último forcing para conquistar a vitória que surpreendentemente estava a fugir-lhe entre os dedos.