
O trabalho começa já nas próximas horas. Fernando Gomes, eleito esta quarta-feira presidente do Comité Olímpico de Portugal para os próximos quatro anos, assegura que a primeira ação da sua direção será iniciar “contactos para convocar representantes das federações olímpicos e não olímpicas”, “atletas” e “treinadores” para uma reunião magna, com o objetivo de “dialogar com eles” e complementar o programa da sua candidatura, no sentido de todos “poderem contribuir para um programa definitivo”.
Em declarações aos jornalistas logo após serem conhecidos os resultados das eleições, na sede do COP, o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, de 72 anos, sublinhou que não terá dificuldades em fazer a transição de um cargo no futebol para o de líder do movimento olímpico português: “O chip que nós temos no futebol, que é uma modalidade desportiva e olímpica, é pelo desporto. Tem uma organização diferente, mas o objetivo não deixa de ser o desenvolvimento desportivo do atleta, com uma melhor preparação para alcançar os melhores resultados. Esse chip existe em qualquer modalidade desportiva”.
Fernando Gomes apontou ainda o trabalho feito nos três mandatos na FPF, tocando no tema da “atração do investimento privado”, uma das bandeiras da sua campanha, frisando ainda que a sua equipa “triplicou as receitas da FPF”, reconhecendo, no entanto, que “os contextos são diferentes” no COP. “Mas com a nossa experiência estamos confiantes que vamos também fazer história no desporto português”.
O “crescimento da base de atletas” e da “rede olímpica” foram também destacados como objetivos, com Fernando Gomes a defender que não aceitou fazer qualquer debate com a candidatura de Laurentino Dias, porque a preocupação era “passar a mensagem ao universo eleitoral do COP, às federações, atletas e treinadores”, lembrando ainda o pouco tempo que a sua candidatura teve para se preparar.
Antes, nos discurso de vitória, Fernando Gomes teceu os habituais agradecimentos de ocasião, cumprimentou o adversário e todos os elementos da sua lista, lembrando que a partir de agora “independentemente de como votaram” todas as federações “fazem parte do Comité Olímpico de Portugal e serão igualmente valorizadas”.
O momento foi também aproveitado para lembrar “o saudoso” José Manuel Constantino. “É um enorme orgulho suceder a alguém que deixou um enorme legado que todos devemos honrar”.