Depois do empate no Dragão, Portugal joga o tudo ou nada no apuramento para o Campeonato da Europa. A seleção nacional volta a medir forças com a Chéquia esta terça-feira, agora em solo checo. Esta segunda-feira foi, por isso, de antevisão ao encontro e Francisco Neto espera mais um confronto muito equilibrado.

Já na Chéquia, antes do treino de adaptação ao relvado que vai receber o jogo desta terça-feira, o selecionador nacional informou que todas as jogadoras estão à disposição. Francisco Neto não fugiu à responsabilidade de conseguir o apuramento para o Campeonato da Europa, mas rejeitou a ideia de que o crescimento da modalidade esteja dependente do sucesso das Navegadoras neste confronto.

Francisco Neto em discurso direto

Expetativas: «A expetativa é de um jogo muito disputado, que acredito que seja mais intenso ainda e o que nos vai obrigar a aumentar o índice de concentração.»

Possíveis alterações no onze: «Só logo à noite é que o vamos transmitir às jogadoras, ainda temos o treino. Felizmente, todas recuperaram fisicamente e as 25 que viajaram estão aptas. Sinceramente, pelo domínio que tivemos durante o jogo, conseguimos gerir o desgaste e recuperar. Pode é obrigar-nos a fazer substituições mais cedo do que no primeiro jogo, caso optemos por repetir jogadoras. No entanto, tal como disse, a estratégia e o que temos pensado será transmitido às jogadoras mais logo. Quem iniciar, vai iniciar disponível, fresca e com vontade. Essa é a preocupação.»

Trabalho específico na eficácia: «Sim, no sentido de não criar mais desgaste, mas ao mesmo tempo potenciar as jogadoras, foi algo que trabalhámos. Trabalhámos dentro do possível, não com tanta frequência como é normal, no sentido da densidade de exercícios de finalização, mas fizemos alguns. Trabalhámos também muito na parte de vídeo em torno das zonas que queremos que sejam ocupadas, como é que queremos que a bola entre na área, que tipo de jogadoras e dinâmicas queremos. Fomos trabalhando e é algo que as próprias jogadoras sabem. Vamos tentar dar um passo em frente nesse sentido amanhã, mas acima de tudo termos também a capacidade de continuar a criar e isso tranquiliza-me um pouco, porque é algo que temos conseguido. Fico sempre mais preocupado quando não criamos tanto.»

Condições climatéricas: «O frio, a chuva e o relvado são situações que não controlamos. Temos de ter a capacidade de nos adaptar e é isso que também vamos fazer hoje, tentar perceber um bocadinho como é que a bola circula e a que velocidade. Depois faremos ajustes em função disso. Quando o relvado é mais lento, o jogo posicional tem de ser de maior proximidade. É diferente estar num relvado rápido, onde as médias e as defesas podem estar mais largas porque sabemos que a bola vai circular a maior velocidade. Se o relvado está mais lento, a bola circula mais devagar e isso obriga a estarmos mais próximas umas das outras. Isto também significa que a pressão vai chegar mais cedo e temos de nos posicionar de maneira diferente. Temos de ajustar em função das condições. Essa é a parte que depende de nós. A melhoria do relvado não depende de nós, o tempo também não controlamos.»

Consciência da importância do momento: «Vou ser o mais sincero possível: espero que as pessoas não fiquem à espera deste resultado para continuar a desenvolver o futebol feminino. Queremos muito lá estar, não estou a sacudir a pressão. Vamos fazer tudo para lá estar, mas o crescimento do futebol feminino é imparável e não pode ser sustentado só num jogo, porque também não é sustentado só na Federação. Nós sabemos e assumimos a responsabilidade da importância de estar nas fases finais. Soubemos isso da primeira vez que nos apurámos. Mas não quero e acho que é injusto depositarmos todo o desenvolvimento do futebol feminino num só jogo e nestas 25 jogadoras. No entanto, não estou a fugir à questão, elas têm a noção da responsabilidade que é representar Portugal e da importância que será estarmos num Campeonato da Europa.»

Chéquia diferente do Dragão: «Não acredito que haja muitas alterações no onze inicial, talvez uma ou duas. Temos pensado, como também tínhamos para o Dragão, duas abordagens: uma um bocadinho mais agressiva, mais alta e com mais jogadoras a pressionar a nossa linha defensiva e outra mais conservadora, à espera do nosso erro e que foi o que encontrámos no Dragão. Tentámos preparar as jogadoras para os dois cenários. Em função do que aparecer, teremos de ter o antídoto para os cenários que achamos possíveis.»