Francisco Neto analisou o empate de Portugal ante a Chéquia (1-1) no Dragão, sublinhando que as Navegadoras cumpriram o plano delineado, mas falharam no último terço.
«Estrategicamente, cumprimos com o que estava delineado, pressionar alto, ganhar bolas, conseguir desgastá-las com bola. Saíram algumas com fadiga. Falhou a nossa abordagem ao último terço, ter mais critério nas situações de finalização. Tivemos domínio e capacidade para chegar à área com muitas jogadoras, mas falhámos nas opções no último terço. Destaco o número de bolas recuperadas, em contexto internacional, no meio-campo adversário. Valorizamos isso. É preciso ter audácia e coragem. Estou feliz por isso, não pelo resultado, mas temos de começar a trabalhar», afirmou o Selecionador na sala de imprensa.
Francisco Neto sentiu as jogadoras «normais» antes da partida, revelou: «Antes do jogo senti-as normais, até demais. Pensei que estariam mais empolgadas, ansiosas. Felizmente, estas jogadoras já vivenciaram muito… Ainda assim, é diferente jogar perante 40.000 espetadores fora ou em casa. É sempre especial. Esta equipa perante os portugueses reage sempre positivamente, por isso eu estava tranquilo.»
A segunda mão na Chéquia assegura, vai trazer novos problemas à equipa das quinas: «Não há dois jogos iguais. Na próxima terça-feira, a abordagem delas vai ser diferente. Nós vamos com a mesma intenção, mas sabemos que o padrão de problemas será diferente, o estádio, o relvado… temos de levar a nossa identidade, manter a forma de jogar. Vamos preparar as jogadoras para isso.»
O Selecionador agradeceu ainda a Fernando Gomes e à direção do FC Porto, depois de batido o recorde de assistência em jogos de futebol feminino em Portugal: «Agradeço em nome da equipa ao presidente Fernando Gomes e à sua estrutura por acreditarem em nós mais uma vez. Este atrevimento, consolidado, pois percebem que os portugueses estão connosco. Esta decisão é goleada… Agradecer também ao FC Porto e à sua direção pela forma como nos recebeu, organizou e encheu o estádio. Dois momentos marcantes.»
Já Tatiana Pinto salientou o domínio luso, que não se materializou no final. «Acho que nós fizemos um jogo competente. Dominámos grande parte do jogo. Realmente aquilo que nos faltou foi materializar as oportunidades que criámos», afirmou a médio.
O poderio físico, um dos pontos fortes da Chéquia, não surpreendeu Portugal: «Já estávamos a contar com o lado físico da Chéquia. Sabíamos que eram jogadoras altamente agressivas e poderosas fisicamente. Também sabemos que a nossa seleção não é a mais física em relação às outras. Temos outro tipo de qualidade. Estávamos altamente preparadas para isso.»
O dia foi histórico para o futebol feminino, mas assistências como a desta partida são para «normalizar». «Realmente, hoje foi um dia histórico. Mais um que temos a oportunidade e o privilégio de viver. Só tenho pena que não tenhamos conseguido a vitória para lhes oferecer, porque realmente o apoio deles foi incrível, do primeiro ao último minuto. Para nós foi extremamente especial. O povo do Norte é realmente diferente. Quero muito que isto se normalize. Nós queremos continuar a jogar nestes estádios e tenho certeza que isso vai continuar a acontecer», frisou Tatiana Pinto.