Quando, aos 82 minutos do duelo com o FC Porto, Pedro Bondo reduziu a desvantagem do Famalicão, estava escrita mais uma página nova no livro de carreira do jogador: o primeiro golo na elite nacional.

O jovem lateral-esquerdo, de apenas 20 anos, chegou no passado mês de janeiro a Vila Nova, mas a forte concorrência de Rafa Soares não lhe deu muito espaço de manobra para entrar de rompante na equipa. A estreia aconteceu apenas no passado dia 5, quando Bondo foi suplente utilizado na vitória (2-1) em Arouca, sendo que, na semana seguinte, o angolano foi mesmo titular no triunfo (3-0) diante do Estoril, aproveitando, na ocasião, o castigo do seu concorrente direto, que havia completado uma série de cinco cartões amarelos.

Ontem, no anfiteatro portista, Pedro Bondo foi lançado por Hugo Oliveira a cerca de meia hora do final do desafio e ainda conseguiu inscrever o seu nome na lista de marcadores. E o momento foi amplamente festejado… em Angola. Durante o estágio do plantel do Petro de Luanda, os antigos colegas vibraram com o momento do esquerdino, algo que foi explicado a A BOLA por Ricardo Chéu, técnico português que orienta o conjunto angolano.

«Curiosamente, sempre que ele jogou pelo Famalicão, esta época, estávamos em estágio. Foi assim no dia da sua estreia, contra o Arouca, assim como na semana seguinte, diante do Estoril. Ontem voltou a acontecer o mesmo e claro que festejámos bastante o golo que apontou. É o espírito da cultura angolana e que também temos, claro, no Petro. Ficamos sempre muito felizes com o sucesso dos nossos», começou por dizer.

Instado a pronunciar-se sobre esta nova realidade de Pedro Bondo, Ricardo Chéu explicou o motivo pelo qual só agora o jogador estar a somar minutos: «Teve um período de adaptação normal à equipa. Vinha de um contexto diferente, uma vez que o campeonato estava parado em Angola, e teve de fazer uma pré-temporada no Famalicão com a competição em andamento. Mas foi entrando no processo e agora está a demonstrar que pode ajudar bastante a equipa. É bastante jovem, mas já é titular na seleção de Angola e desde muito cedo que se afirmou no Petro. É um jogador muito disponível e com alta capacidade de rotação.»

Trata-se da segunda experiência de Pedro Bondo no futebol português, depois da na temporada passada ter estado ao serviço do Sporting B (23 jogos, um golo e uma assistência) e Chéu não tem dúvidas em projetar uma grande carreira ao canhoto.

«É um jogador com grande potencial. Já quando veio do Sporting para o Petro, na altura, um regresso ao clube onde se tinha formado, soube esperar pelo seu momento para agarrar a oportunidade. Pode vir a ser um caso sério no futebol. É muito físico, tem aquela agressividade positiva que também é típica dos jogadores angolanos, mas também é bastante humilde. Estamos a falar de um excelente profissional, que sabe ouvir e que vai continuar a dar passos firmes. Qualidade não lhe falta e tem tudo para se impor», assume.

A finalizar, Ricardo Chéu diz que há mais ouro no conjunto que orienta: «Temos aqui muito jogadores no Petro que podem seguir as pisadas do Pedro. Há imensa qualidade na nossa equipa, basta apenas que seja dada a devida oportunidade a estes atletas.