Deu entrada esta sexta-feira à tarde, nos serviços administrativos do Marítimo, nos Barreiros, o requerimento para uma Assembleia Geral destitutiva, tendo em vista a queda da direção liderada por Carlos André Gomes. O documento, com cerca de 70 assinaturas, foi entregue por dois representantes de um grupo de associados descontentes, Carlos Gonçalves e José Teixeira, e vai agora ser analisado pelo presidente da Assembleia Geral, Tranquada Gomes.
"Após largo período de reflexão e assistindo a mais uma época desportiva verdadeiramente longe dos pergaminhos a que a história da coletividade nos habituou, vimos notar que na atual direção reina a desorganização, onde ninguém sabe a quem deve reportar e com uma gestão financeira que, ao que se vai sabendo, é completamente desajustada da realidade do Marítimo, o que num curto prazo pode trazer consequências desastrosas", alegam os sócios em comunicado, onde acrescentam: "Uma ameaça real de queda para a Liga 3 e a consequente penalização financeira, vertida no contrato com os direitos de televisão e com o Governo Regional da Madeira, a juntar o facto de que a saúde financeira já teve melhores dias, bem como a constante apetência para gastar dinheiro em obras cuja necessidade é duvidosa, acarretará na certeza incalculáveis prejuízos financeiros no Universo CSM. Ao constante procurar de culpados externos para os resultados menos conseguidos em diversos escalões e modalidades, bem como as mudanças 'à la carte' de treinadores na principal equipa de futebol, a que se juntam agressões a sócios e demissões no seio dos Órgãos Sociais e Dirigentes (Club e SAD), restam poucas dúvidas de que a incompetência e amadorismo prevalecem na Vossa gestão do maior das ilhas."
Pede-se assim a Tranquada Gomes a convocação de uma AG extraordinária, com esta ordem de trabalhos: "Análise da conjuntura do Club Sport Marítimo e, sendo este sócio maioritário da SAD, deverá também esta análise ser estendida aos resultados da principal equipa desportiva, com o consequente voto de destituição dos Órgãos Sociais. Este voto deverá ser realizado com recurso a urna secreta, por forma a garantir o anonimato de quem vota. Nada nos estatutos indica que a votação deverá ser feita obrigatoriamente com o levantar do braço, nem tão pouco existe menção à impossibilidade de o voto se fazer em urna, pelo que, por questão de privacidade, de anonimato e de pressão pela exposição pública do voto, a votação em urna é fundamental e necessária. E marcação de processo eleitoral, por forma a que a transição seja rápida e com a menor perturbação possível para a preparação da nova época desportiva, dando espaço a que a nova direção consiga, dentro das condicionantes, desempenhar o seu trabalho de pré-época".

Presidente aguarda
O presidente Carlos André Gomes já reagiu, garantindo que vai aguardar pela validação das assinaturas dos sócios que subscreveram o requerimento. Recorde-se que o dirigente anunciou a sua intenção de se demitir, caso a AG seja mesmo convocada. "Por estarmos em vésperas de um jogo importante e porque o requerimento é dirigido ao Presidente da Assembleia Geral, Tranquada Gomes, enquanto as assinaturas não forem validadas o Presidente do Marítimo, Carlos André Gomes, não se pronunciará sobre o pedido de destituição da Direção, entregue nesta sexta-feira nos serviços do clube. O importante neste momento é dar tranquilidade à equipa de futebol", pode ler-se em comunicado no site do clube. Recorde-se que o Marítimo joga domingo no reduto do FC Porto B, para a jornada 24 da 2ª Liga.