As declarações do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, 14 vezes campeão no Rally do Oriente Médio, estão a causar um enorme tumulto no paddock. Depois de Verstappen e Lando Norris, agora foi a vez de Lewis Hamilton se mostrar indignado com as mesmas.

 O piloto britânico até pode concordar com a causa, mas está impiedosamente contra os argumentos. «Concordo com o controlo da linguagem no ar, especialmente tendo em conta os jovens fãs que assistem. Mas quando Ben Sulayem diz que os pilotos ‘não são rappers’, ele está a entrar num território perigoso. A implicação de que os rappers, muitas vezes negros, são menos respeitáveis é um exemplo de estereótipo racial. É um comentário desnecessário e divisivor», avisou o primeiro piloto negro da F1.

«Aponta para um preconceito racial mais profundo, sugerindo que não somos como ‘eles,’ como se houvesse alguma coisa errada em ser como ‘eles.’ Não acho que essa fosse a intenção, mas as palavras importam. É dececionante ver este tipo de linguagem de numa pessoa da sua posição», disse o piloto sete vezes campeão do Mundo.

As malditas declarações do presidente da FIA surgiram no contexto de tentar controlar os insultos e os palavrões, apesar de existir um delay nas transmissões para evitar os piores. «Temos que diferenciar o nosso desporto, o automobilismo da música rap. Não somos rappers. Eles dizem a palavra com 'F' quantas vezes por minuto? Não fazemos parte disso. Eles são eles e nós somos nós.»