O número de jogadores que o Famalicão coloca nas seleções tem vindo a aumentar e atingiu mesmo um novo recorde nesta paragem. No total, foram nove os nomes que estiveram ausentes para compromissos internacionais, registo apenas superado pelo Sporting. O resultado foi uma semana de trabalho pouco habitual, mas que em nada abala o foco para o encontro com o AVS SAD e o orgulho de Hugo Oliveira.
"A semana foi atípica, batemos o recorde de jogadores a representar as seleções, é motivo de orgulho para nós clube e é a demonstração do projeto de desenvolvimento com jogadores de qualidade e potencial. As chamadas às seleções não são mais do que a prova do que tem sido feito individual e coletivamente. Deixa-nos orgulhosos, mas trouxe uma semana atípica. Problemas que normalmente só os grandes têm, desta só o Sporting teve mais do que nós. Trabalhámos com os que estavam cá, preparámos as ideias, mas sem jogadores importantes para nós. Foram chegando e fomos preparando para um jogo que vai ser difícil. Cada jogo vale pontos extremamente importantes para cada equipa e este jogo vai ser muito difícil. O foco é dar a vitória aos adeptos", apontou o técnico.
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InternacionaisApesar do desafio que foi trabalhar sem elementos importantes e que chegaram a conta-gotas, Hugo Oliveira está confiante de que a equipa dará resposta frente ao AVS SAD. "Ao nível dos departamentos estamos preparados para dar ao jogador as melhores condições para recuperação e desenvolvimento. Tudo se fez para que o trabalho feito depois do regresso fosse de alta qualidade para que o foco voltasse para o jogo seguinte e os interesses do clube. Obviamente, há sempre um certo desfoque, fogem da realidade e da rotina do dia a dia, mas o nosso trabalho é fazê-los regressar à realidade da equipa. Mas temos uma equipa preparada para dar resposta", referiu.
O objetivo é claro e passa apenas e só por ganhar. "O objetivo principal do Famalicão é ganhar ao AVS. É o nosso foco, é assim que trabalhamos. Temo-nos pautado por um processo de desenvolvimento constante. Os jogos têm sido reflexo disso. Do ponto de vista coletivo, com as performances e os pontos que fomos conquistando, mas também do ponto de vista individual. O nosso foco é sempre o jogo seguinte e esse desenvolvimento. Não vamos fugir dessa forma de estar e vamos querer ganhar o próximo jogo. Temos sempre de chegar ao final dos jogos com a nossa forma de estar agressiva, ambiciosa e que deixe os adeptos orgulhosos", afirmou.
No entanto, Hugo Oliveira sabe que terá pela frente um jogo difícil. "Espero uma equipa extremamente competitiva, que sabe que cada ponto pode valer uma vida. Tenho noção e plena consciência de que vai ser um jogo muito difícil, que vai ser uma batalha competitiva, que vai ser uma batalha de duelos, mas temos a obrigação de trazer o jogo para o nosso lado, ter a bola connosco, encontrar espaços para criar ocasiões. Coisa que temos vindo a fazer em qualquer campo e com qualquer adversário. Este jogo não vai ser diferente, frente a uma equipa que vai tentar levar o jogo para os duelos individuais. Temos de trazer os nossos princípios para dentro do campo. Se acontecer, somos uma equipa difícil de jogar", frisou.
Vamos defrontar uma equipa que sabe que cada ponto pode valer uma vida
Hugo Oliveira
Treinador do Famalicão
Até final do campeonato, Hugo Oliveira tem como missão continuar a apresentar bom futebol. O risco de quebra por falta de objetivo não existe. "Quem vir os nossos jogos não tem essa opinião e que, no fim dos jogos que se seguem, a perspetiva seja a mesma. Que no final a avaliação seja de uma equipa que encontrou a sua forma, que não baixou, que foi constante. Essa tem sido uma das bases do nosso processo, ser o mais constantes possível", atirou.
Felicidade por Leo Realpe e Sorriso só depois
Os últimos dias trouxeram a confirmação de que Leo Realpe vai ficar no Famalicão em definitivo. A decisão foi tomada em conjunto pela administração e pelo treinador, pelo que Hugo Oliveira não podia estar mais satisfeito. "Essa decisão é a prova do projeto do clube, prova que o clube sabe para onde quer ir, o perfil que quer e a ambição que tem para o projeto. Mostra que o clube está em consonância com o treinador. Foi com grande agrado que vi a renovação do Leo, que achamos que tem rendimento imediato e futuro. Já provou em Barcelos. É alguém muito querido dentro do grupo de trabalho e tem muita margem para atingir ainda mais qualidade do que a que já tem", apontou.
Quanto a Sorriso, cujo passe ainda não é do Famalicão e não será até ser exercida a opção de compra, não é tema para já. "O foco agora é o AVS SAD, é o que nos interesse. É aquilo em que estamos preocupado. Já conhecem o clube, trabalhamos em conjunto e trabalhamos muito. Trabalhamos o hoje e o amanhã, este clube sabe para onde quer ir, este treinador sabe por onde quer ir. Viajar juntos é o lema deste momento e será o lema deste clube enquanto eu cá estiver", disse Hugo Oliveira.
Prémios e dores de cabeça
O mês de fevereiro fez chover prémios para o Famalicão. Carevic foi o melhor guarda-redes do mês, Óscar Aranda o terceiro melhor jogador e avançado, e Gustavo Sá o terceiro melhor jovem. O caso de Carevic é o mais peculiar, porque chega pouco depois de o montenegrino assumir a baliza pela infelicidade de Zlobin. Dores de cabeça que fazem parte. "É uma circunstância que acontece não só nessa posição. A forma de estar dá azo a que o talento possa fluir. O coletivo sustenta, o individual acresce. Tem vindo a ser isso. Não é só o Carevic, temos outros jogadores que têm vindo a aparecer, tudo fruto do processo coletivo e do talento deles. Hoje é o A, amanhã é o B. É parte do futebol. Quando surge oportunidade, agarram. Estamos para apoiar, mas também estamos para dizer que têm de andar sempre a 300. Essa é a força deste grupo. Este grupo tem um coração muito grande e que trabalha muito, não são só os que jogam. Todos querem jogar. Quando existe qualidade coletiva, organização, vamos ver jogadores a fluir mais. Outros vão aparecer até final da época", finalizou.