Jim Ratcliffe não tem tido propriamente uma boa experiência com os adeptos do Manchester United desde que decidiu comprar 25% dos red devils em fevereiro do último ano, colocando um ponto final naquela que vinha a ser, até então, uma gestão feita apenas pela família Glazer. Para além de os resultados não estarem a ir de acordo com as expectativas de todos, o bilionário britânico, que lidera também o grupo INEOS, tem feito, nos últimos meses, vários cortes financeiros no clube, sendo que grande parte deles não satisfazem, de todo, os apoiantes e sócios dos red devils. Como resultado de toda esta revolução de Jim Ratcliffe tem vindo a fazer desde que chegou ao Manchester United, e praticamente sem quaisquer tipos de resultados no plano desportivo, os adeptos começaram a perder a paciência e as críticas ao gestor subiram rapidamente de tom, tanto que o próprio veio, na última entrevista ao conceituado 'The Times', clarificar que, caso os abusos continuem a atenuar-se, irá abdicar de ajudar o clube a reerguer-se das cinzas.

"Não me importe de ser impopular porque entendo que ninguém gosta de ver o Manchester United como está e nem das decisões que estamos a ter que tomar neste momento. Se eu atrair um pouco da ira dos adeptos, posso suportar. Mas eu não sou diferente das pessoas comuns. [Essa pressão] Não é positiva, principalmente para amigos e familiares. Então, eventualmente, se chegar ao ponto que a família Glazer foi abusada, terei que dizer 'basta rapazes, deixem outra pessoa fazer isto'", atirou, revelando que ainda não viu a família Glazer desde que chegou ao Manchester United: "Os Glazer não podem vir ver um jogo. Recuaram um pouco para as sombras agora, então eu estou a levar com tudo nas minhas costas. Comprámos o clube e eu não os vi desde então. É só 'obrigado, Jim, estás a fazer um ótimo trabalho'. Neste momento, não tenho qualquer tipo de segurança, creio que não preciso. Mas não conseguiria tolerar aquele nível de abuso, não seria mesmo nada agradável."

Recorde-se que Jim Ratcliffe já despediu mais de 400 funcionários do Manchester United desde que chegou ao clube. Na altura, trabalhavam cerca de 1.150 funcionários nos red devils. Para além do despedimento de 'staff', o bilionário britânico aumentou também o preço dos bilhetes, demitiu Sir Alex Ferguson do papel de embaixador do clube, poupando cerca de 2,16 milhões de libras por ano (cerca de 2,5 milhões de euros/ano), cancelou a festa de Natal dos funcionários, que viram ser-lhes reduzido o valor do bónus relativo às festividades natalícias de 100 libras para um vale de 40 (cerca de 48 euros) e acabou ainda com o donativo que o clube fazia a ex-jogadores, de 40 mil libras (cerca de 48 mil euros).

Apesar de tudo isto, o Manchester United entra para a 29.ª jornada da Premier League a ocupar o 15.º lugar da tabela classificativa, com 34 pontos. Esta noite, os red devils, liderados por Ruben Amorim, vão até ao terreno do Leicester para defrontar a equipa que é agora orientada por Ruud van Nistelrooy, antiga figura e também técnico (embora interino) do clube. Poderá seguir o jogo em direto, aqui.