João Ferreira ocupa a 11.ª posição na sua estreia na competição de automóveis da classe Ultimate, a mais importante do Dakar 2025, após se terem cumprido as primeiras cinco etapas e chegado ao dia de descanso do maior rali de todo-o-terreno do mundo.
O piloto e o seu navegador, Filipe Palmeiro, integram a estrutura da X-Raid, aos comandos de um Mini JCW, e têm confirmado as expectativas nesta promoção, após resultados relevantes nas classes T3 (2023) e T4 de veículos ligeiros SSV (2024), com vitórias em cinco etapas, rubricando, até ao momento, um desempenho bastante regular, aliando rapidez e consistência, qualidades indispensáveis para um concorrente se notabilizar numa maratona, longa e dura, como o Dakar.
João Ferreira, vencedor da Taça da Europa e do Mundo de Bajas em 2024 em Mini da X-Raid, não impõe limites à ambição na principal competição de todo-o-terreno. «Quero um dia ganhar o Dakar. Este ano só com muita sorte nossa e muito azar dos outros é que isso pode acontecer. Admito que ainda não tenho as capacidades para isso. Mas estou a trabalhar para, num futuro próximo, sermos candidatos à vitória», disse o piloto português, de 25 anos, citado pela Lusa.
«Sinto-me mais seguro e mais confiante, estou a ganhar experiência no Dakar e no futuro quero ganhá-lo», reforçou Ferreira, que procura chegar a um lugar entre os 10 primeiros na presente edição da prova que se realiza, na íntegra, na Arábia Saudita.
«Adorava acabar o meu primeiro Dakar nos carros no top-10. Pode parecer pouco ambicioso, mas, se olharmos para a lista de inscritos, vemos 20 pilotos super-rápidos, que já ganharam etapas. Temos ritmo para andar no top-5 a 10, como já demonstrámos. É esperar que não tenhamos muitos problemas», declarou.
«Na categoria em que estou agora, os carros são mais exigentes fisicamente e, também, mentalmente, porque andamos muito mais depressa. Tivemos logo nesta primeira semana a etapa maratona e a etapa de 48 horas. Portanto, não foi uma semana fácil», frisou o piloto, que confirma a dureza da edição 2025 do Dakar.
«Apesar de este ano o percurso ser mais ou menos o mesmo do que nas cinco edições anteriores em que se realizou na Arábia Saudita, o que acontece é que a organização depois toma um caminho, mais para a esquerda ou mais para a direita, que pode ser mais ou menos difícil. E este ano carregou-nos de dificuldade», explica João Ferreira, que explica os segredos da condução e navegação numa prova tão exigente como Dakar.
«Saber quais as zonas em que tem de se andar devagar e quais aquelas em que é preciso saber andar depressa. Passar depressa, mas com o carro a bater por todo o lado é fácil. O segredo é saber andar depressa, mas sem estragar o carro e sem cometer erros. Fiz alguns erros nesta primeira semana, mas fazem parte da aprendizagem», conclui Ferreira.
Sábado disputa-se a sexta das 12 etapas da 47.ª edição do Rali Dakar, que liga Hail a Duwadimi, a segunda maior este ano depois da etapa maratona de 48 horas, com 605 quilómetros cronometrados.