O jogo de voleibol entre Universidad de Granada e Marbella, a contar para a Superliga 2 de Espanha, ficou marcado pela denúncia de comentários homofóbicos e ameaças. Num jogo onde o Marbella tentava evitar a descida de divisão, os jogadores ouviram comentários como «Marbella é um bando de gays», «que se beijem», «vai levar no c…» e «mereces, filho da p…».

Raúl Munoz, jogador do Marbella, denunciou os comentários.

«Em todos esses anos que joguei... tem sido incrível o assédio contra a nossa equipa técnica, jogadores e familiares nas bancadas... Disseram-lhes que estavam a exagerar e não se importavam. Não temos qualquer problema com a equipa. Éramos os últimos e eles os antepenúltimos e sabíamos que iam entrar com a faca nos dentes. Havia rivalidade saudável, coisas normais. Aí começaram a fazer esses comentários, a gritar. O libero deles confrontou o treinador. Quatro energúmenos aproximaram-se donde estávamos e ameaçaram-nos dizendo que nos esperavam lá fora», começou por denunciar, citado pela Marca, acrescentando que o árbitro não registou o episódio no relatório.

«Em 17 anos nunca tinha vivido isto. Fui ter com o árbitro e disse-lhe para pararem senão não íamos continuar a jogar. A única coisa que o delegado fez foi colocar-se entre a grade e nós. A árbitra não registou nada no relatório. Nunca tive essa sensação de abandono. Assemelho-o como uma violação. O que tenho de apresentar como prova? Gravar-me? Dois jogadores de Granada vieram dizer-nos que estavam envergonhados. Houve outros que incentivaram. Se fosse futebol era o fim do mundo, mas como é futebol…», atirou.