Em entrevista ao Canal 11, Jorge Jesus analisou o futebol português, as dificuldades que os grandes enfrentam e destacou alguns jogadores.

"Não é muito normal. A força do resultado em Portugal está muito complicado nos três grandes. Há uma franja de adeptos, sendo a minoria, consegue controlar a maioria. O Sporting, o FC Porto e o Benfica vivem com esse drama. No Sporting acabou. O Varandas está a fazer um trabalho espetacular. O Benfica também é um clube especial, toda a gente quer ser presidente do Benfica. O Rui é um presidente diferente. Foi jogador, tem uma sensibilidade para desculpar os defeitos do jogador, perceber melhor os treinador... mas há outras áreas. Os três grandes já mudaram pela pressão". disse.

E continuou: "O Sporting tem jogadores que podem ajudar o treinador coletivamente a ganhar os jogos quando as coisas estão difíceis. O FC Porto... tu olhas para as grandes equipas do FC Porto e vês agora... não é a mesma coisa. O Sérgio fez milagres."

Gestão de Di María

"Os grandes jogadores ajudam sempre mais do que prejudicam. Também tens que saber como é que podes valorizar as caracteristicas dele. Se o Benfica perde a bola, vamos imaginar que está a jogar na ala e tens que defender com o lateral... esquece, o Di María não faz isso. Nem tem que fazer. O talento e capacidade fisíca que temos que lhe dar para estar sempre folgado, temos que arranjar outros para fazer isso. Na minha opinião deve jogar na mesma."

Jogadores que destaca em Portugal
"O Gyökeres. Esse foi uma surpresa. Joga em qualquer parte do Mundo e sempre bem. A componente física dele é muito forte. Os dois miúdos do Sporting, que jogam como alas, apareceram também com alguma surpresa. No Benfica... o António não conhecia, mas o Tomás trabalhou comigo. Uma vez coloquei-o a jogar num jogo. Já via que tinha caracteristicas para ser um bom central. O lateral esquerdo, o Carreras. Gosto muito das caracteristicas dele."

Regresso a Portugal
"Não sei. Eu tinha aquele sonho de ser o treinador com mais jogos. Falta-me 20 ou 30 para passar o treinador com mais jogos em Portugal. Caso regressasse podia fazê-lo, mas vai ser difícil. Hoje atingir um patamar, da minha equipa técnica toda... é muito difícil. Hoje um jogador que vem para aqui já não vai para a Europa. Ninguém tem capacidade financeira."

Regresso ao Brasil?

"Já esteve mais próximo, mas é um campeonato que adorei. O futebol faz parte da cultura, música e futebol. Gostava de voltar, mas se voltar... não quero fazer a mesma coisa que fiz quando sai do Benfica para o Sporting. Nunca mais vou fazer a mesma coisa. Mas o Sporting teve a questão sentimental do meu pai. Sportinguista, jogador do Sporting, perguntava-me muitas vezes nos últimos anos de vida porque não treinava o Sporting. Eu dizia 'pai, porque não me convidam'. No dia em que me convidaram eu fiz-lhe isso. Se me arrependo? Em nada. É verdade que ele não viu, mas foi por ele."