
Há reencontros pelos quais ansiamos, outros que tentamos evitar.
O destino não deixou alternativa a César Peixoto que, um mês após ter sido despedido do Moreirense, encontrou a antiga equipa. E não vai guardar boas recordações, visto que os cónegos bateram o Gil Vicente, em Barcelos, por 1-0.
Com Kewin inspiradíssimo, o Moreirense confirmou o excelente momento que atravessa com Cristiano Bacci - técnico que permanece invicto ao fim de cinco jogos – e colocou fim ao jejum de triunfos fora de portas que durava, imagine-se, desde 26 de outubro.
Depois do triunfo categórico no Bessa, César Peixoto introduziu Mboula no lugar do castigado Tidjany Touré. Por sua vez, Bacci também foi forçado a fazer uma alteração em virtude da suspensão de Sidnei Tavares, lançando Rúben Ismael.
As duas equipas procuraram jogar, ter bola e construir desde trás. Porém, várias imprecisões e o ritmo baixo aplicada por ambos os conjuntos impediu que se assistisse a grandes ocasiões de golo. Ainda assim, os cónegos testaram a atenção de Andrew em duas ocasiões, ambas por Schettine (10’ e 23’) enquanto os gilistas guardaram o melhor para o fim da primeira parte, entenda-se, um remate de Rúben Fernandes que passou perto da baliza de Kewin.
O nulo era mais do que justificado ao intervalo. Foi, porém, rapidamente desfeito no arranque da segunda metade. Alanzinho cruzou com qualidade e Frimpong teve cabeça para emendar a bola para o fundo da baliza gilista (48’).
O Gil Vicente sentiu o rude golpe aplicado pelo oponente. Durante o período de convalescença, os galos estiveram perto de ver o jogo fugir em definitivo não fosse o corte de Buatu em cima da linha a evitar o golo de Schettine (53’). César Peixoto sentiu o perigo e fez uma tripla alteração, mas os efeitos da mudança não se sentiram imediatamente – Schettine voltou a ameaçar o 0-2 num remate de fora da área (61’).
A correrem contra o tempo, os gilistas apresentaram a melhor versão nos 25 minutos finais. E foi nesse período que Kewin Silva se agigantou entre os postes. O brasileiro começou por travar o cabeceamento de Aguirre, servido de bandeja por Félix Correia (63’) e perto do minuto 90, impediu com a ponta dos dedos que Sandro Cruz assinasse o empate na sequência de um livre de Félix Correia. Mas a defesa que deixou os adeptos e jogadores do Gil com as mãos na cabeça foi aos 90+6 após um remate de Zé Carlos.
A hipótese de o Gil Vicente chegar ao empate (o que seria justo, diga-se) acabou na luva de Kewin. Festejou o Moreirense que tem a permanência praticamente no bolso.
As notas do Gil Vicente: Andrew (5), Zé Carlos (6), Buatu (5) Rúben Fernandes (5), Sandro Cruz (5), Bamba (5), Cáseres (5), Fujimoto (5), Bermejo (5), Pablo (4), Mboula (4), João Marques (5), Félix Correia (7), Aguirre (6), João Teixeira (5) e Carlos Eduardo (-).
As notas do Moreirense: Kewin (7), Dinis Pinto (6), Marcelo (5), Maracás (5) Frimpong (6), Ofori (6), Rúben Ismael (5), Alanzinho (5), Teguia (5), Schettine (5), Benny (4), Antonisse (4), Gilberto Batista (4), Jorquera (4), Michel (-).
As reações dos treinadores
César Peixoto (Gil Vicente): Entrámos em falso na segunda parte, a bola parada decide o jogo. Criámos três ou quatro situações em que poderíamos ter feito golo. Fomos quem mais criou e merecíamos, no mínimo, o empate. O guarda-redes adversário foi o melhor em campo. É uma derrota castigadora.
Cristiano Bacci (Moreirense): Manutenção? Não vamos olhar para a tabela classificativa. Quero que a equipa seja melhor. Queremos mais e queremos acabar bem. A equipa mostrou hoje contra o Gil que tem bons jogadores, boa mentalidade. Foi mais assertiva na segunda parte.