
Mais um jogo, mais uma derrota para Sérgio Conceição no Milan. O golo de Rafael Leão não foi suficiente para conseguir qualquer ponto em casa do Bolonha, que, 23 anos depois, volta a vencer os rossoneri no seu estádio.
Diz-se, normalmente de forma negativa, que um árbitro que intervem muitas vezes, com um critério apertado, está a ser protagonista. Em Bolonha, Maurizio Mariani também o foi, mas pelo sentido contrário: deixou jogar em vários toques, encostos duelos físicos e, muitas vezes, em lances que mereciam falta. E as equipas não se fizeram rogadas. Numa primeira parte em que faltou o discernimento, sobrou o músculo, por vezes até com algum exagero, mas raramente com faltas assinaladas.
Apesar disso, o Bolonha, com 68% de bola no primeiro período, mostrou-se muito mais criterioso, frente a um Milan que, com Reijnders mais avançado e Félix mais solto, quase não conseguiu criar. Dan Ndoye foi o mais irreverente dos rossoblu, na tentativa de explorar as costas de Theo Hernández e até conseguiu estar perto do golo no primeiro tempo. Para o Milan, porém, há sempre um fator extra: o individual. E quando há jogadores como Rafael Leão, nada está perdido: aos 43', após desvio de Giménez, tirou o De Silvestri do caminho, passou pelo guarda-redes Skorupski e, com toda a calma, finalizou para dentro das redes.
Estava alcançada a vantagem antes do intervalo mas que cedo desapareceu. Theo Hernández fez falta sobre Ndoye em zona perigosa e, na sequência do livre, Santiago Castro aproveitou para desviar para o empate. Acabou por ser momento de acordar para o Milan, que reagiu com mais vontade de atacar, sobretudo pelo lado direito e pelo poder de explosão de Musah, o mais em jogo dos rossoneri, mas com pouca eficácia e criatividade.
Mesmo estando mais por baixo, uma coisa nunca faltou ao Bolonha: a concentração. E foi nesse capítulo que se criou o xeque-mate da equipa de Lombardia. Jiménez 'adormeceu', permitiu o cruzamento de Cambiaghi e Pavlovic não reparou que Ndoye estava a aparecer na pequena área. O mais irreverente dos anfitriões acabou por ter a recompensa com o golo e criar a reviravolta. Mais uma derrota, três jogos seguidos sem vencer e, talvez mais alarmante para Sérgio Conceição, um jogo cinzento, apagado e sem qualquer capacidade de reação perante a adversidade.