
O último fim-de-semana de jogos da Liga Portuguesa de Futebol Americano reservou-nos um jogo repleto de emoção entre os Braga Warriors e os Maia Mutts, a derradeira rivalidade no norte do país, com os Warriors a disputarem a competição desde a 2ª edição e os Mutts desde a 4ª edição.
Este marcava o 18.º jogo entre as duas equipas, o terceiro que mais se disputou na história da competição. A história dava também largo favoritismo aos Mutts, que ganharam catorze dos dezassete jogos já disputados, sendo que na temporada anterior os Warriors venceram o último jogo entre as duas equipas.
Nesta presente edição da competição os Warriors estavam com uma oportunidade de ouro porque uma vitória sela o acesso aos playoffs e, em sentido inverso, eliminava os Mutts da possibilidade desse feito.
O jogo começou com mais acerto para os Mutts que foram sendo capazes de impor o seu jogo, nomeadamente o jogo de corrida e também através de uma defesa que já se sabe que joga de forma física na linha de scrimmage. Os Warriors revelavam igualmente algum nervosismo com o quarterback da equipa, Tiago Ranhada, a cometer alguns erros e a equipa como um todo, na perspetiva ofensiva, nunca conseguir encontrar serenidade no jogo.
Ao intervalo o resultado do jogo era 14-6 a favor dos Mutts, um passe de Arthur Faria para Tomás Pendão e uma corrida louca de Ricardo Cunha davam dois touchdowns para os Mutts, sendo que pelo meio tivemos uma resposta com o inevitável Rafael Pato a receber um passe de Tiago Ranhada para seis pontos.
No segundo tempo os Mutts seriam a equipa que encontraria novo rumo para a endzone quando a finalizar um bom drive ofensivo tivemos Francisco Pelayo a correr, evitando vários adversários até marcar mais seis pontos para a sua equipa.
Seria já no último quarto, numa desvantagem de duas posses de bola, que os Warriors acabariam por conseguir um esforço repleto de glória para virar o resultado da partida.
O primeiro protagonista foi novamente Rafael Pato que recebe uma nova bola em profundidade do seu quarterback, Tiago Ranhada, e depois ninguém tem velocidade para "apanhar este Pato" que voou como poucos conseguem fazer para deixar o jogo novamente por uma posse.
O segundo protagonista seria Tiago Ranhada que já próximo dos dois minutos para o final do jogo decide ele correr com a bola e deixar o jogo por apenas um ponto de diferença. Impunha-se depois a questão, pontapé aos postes para empatar o jogo ou tentar dois pontos para ganhar?
Os minhotos não tiveram dúvidas e numa jogada que ficará marcada por ser uma das mais "arrojadas e faladas", seria Tiago Ranhada a fazer um passe curto para Vítor Mendes que corre e ultrapassa a endzone, marcando assim os dois pontos, sendo que no instante seguinte perde a posse de bola.
Os Mutts ainda tiveram tempo para responder, responderam bem com bons passes e uma excelente sequência de chamadas de jogada ofensiva, colocaram a sua equipa numa situação para marcar um fieldgoal, mas acabaram por ver esse pontapé a ser falhado. O resultado final seria de 21-20 para os Warriors que conseguiram assim aquilo a que se propuseram no início da temporada, entrar na fase a eliminar.
Fica uma nota final de que esta temporada é inglória para os Mutts, uma equipa tão repleta de garra, de muita luta e de um bravo conjunto de jogadores, acabou por ter um empate diante dos Renegades onde podia/devia ter vencido. Um sentimento idêntico pode ser expresso para esta partida.
Mas o futebol americano é assim e a coisa boa é que existe sempre a próxima jogada, o próximo jogo, a próxima temporada. O espetáculo vai continuar no próximo fim-de-semana com os Cascais Crusaders a viajarem até casa dos Salgueiros Renegades num jogo de extrema importância para a equipa dos Renegades e, em Lisboa, os Lisboa Devils colidem com os Lisboa Bulldogs no terceiro, e último, duelo das equipas da capital.
Autor: André Amorim