Depois de uma primeira volta aquém das expectativas, eis que a Oliveirense surge de cara lavada e pronta para travar uma dura batalha até ao fim do campeonato! A formação de Oliveira de Azeméis recebeu e bateu a equipa B do Benfica (3-2), na manhã deste domingo, e complicou as contas da manutenção - a turma de António Torres Campos saltou na classificação e tornou o CD Mafra lanterna-vermelho da II Liga.

Motivados pela possibilidade de abandonar o último posto da II Liga pela primeira vez desde a nona (!) jornada, a formação da casa entrou na partida com muito perigo, assertividade e conseguiu tomar, desde cedo, as rédeas do encontro. Depois de anotar diversas ocasiões de perigo, a Oliveirense colocou-se na frente do marcador à passagem da meia hora de jogo - Diogo Casimiro lançou um cruzamento venenoso para o interior da área, onde apareceu Zan Jevsenak (28') para aplicar a lei do ex e inaugurar as hostilidades.

Apesar da apatia e permeabilidade iniciais, os comandados de Nélson Veríssimo reagiram à desvantagem no marcador e operaram uma rápida remontada. Aos 35 minutos, Zan Jevsenak passou rapidamente de herói a vilão, após cometer uma entrada fora de tempo sobre Hugo Félix no interior da área. O juiz da partida assinalou grande penalidade a favor dos forasteiros e Gustavo Varela (36') não desperdiçou da marca dos onze metros.

O conjunto de Oliveira de Azeméis estava ainda a recuperar do tento sofrido quando um contra-ataque rápido dos encarnados - aliado à falta de concentração da linha defensiva dos homens da casa - garantiu um novo alento à formação de Lisboa. Gustavo Varela arrancou pelo flanco direito e lançou Luan Farias (38') no interior da área, que só teve de encostar.

O jogo estava vivo, mas a emoção não ficou por aqui. Na jogada seguinte, Luís Bastos (39') decidiu resolver à lei da bomba e, com um tiro potente fora da área - sem hipóteses de defesa para André Gomes - estabeleceu a igualdade perto da ida para os balneários. Uma bela forma de terminar um primeiro tempo frenético, cheio de oportunidades e de emoção.

Sofrimento recompensado

No reatar do duelo, a Oliveirense deu continuidade ao momento positivo vivido na primeira metade e tomou conta, novamente, do ritmo de jogo, com algumas aproximações de perigo no último terço, face à passividade demonstrada pela turma que operou fora de portas. À passagem do minuto 56, Diogo Casimiro levou Francisco Domingues a errar - o lateral encarnado tocou com a mão na bola - e o juiz da partida assinalou prontamente castigo máximo a favor dos caseiros. Mauro Caballero (58'), da marca dos onze metros, não vacilou e deu alento à missão dos unionistas.

Daí em diante, o ritmo de jogo sofreu uma quebra acentuada, mas a Oliveirense resguardou a vantagem com relativa facilidade, uma vez que as águias apresentavam dificuldades visíveis na fase de construção e aproximação a terrenos mais distantes. Perto do final, uma entrada fora de tempo, com um pisão, de Mauro Júnior - que, até então, estava a realizar uma exibição sólida - colocou a formação da casa reduzida a dez unidades e deu um novo ânimo aos pupilos de Nélson Veríssimo.

Ainda assim, e apesar da equipa B do Benfica ter corrido atrás do prejuízo até aos instantes finais, a robustez defensiva dos oliveirenses garantiu três importantes pontos na luta pela manutenção no segundo escalão nacional. Nota final para a senda negativa de jogos da formação lisboeta - são já quatro partidas sem conhecer o sabor da vitória.