O GP de França foi rico em caos perante os desafios que as condições atmosféricas colocaram aos pilotos mas isso não toldou o discernimento de Johann Zarco que venceu em casa, algo que não acontecia há 71 anos! Esta foi a segunda vitória do piloto no MotoGP!

O suspense para o que iria acontecer neste GP de França era grande já que depois de duas corridas com condições secas a chuva ameaçava cair com intensidade precisamente no arranque do MotoGP.

Durante a volta de avistamento a intensidade foi aumentando e a dúvida, e a incerteza nos olhares dos pilotos e responsáveis de equipa era grande sempre a antever qualquer cenário.

Antes mesmo do arranque da corrida a bandeira branca foi mostrada, permitindo aos pilotos entrarem na pitlane para trocar de MotoGP.

A Direção de Corrida, depois da volta de aquecimento e depois da bandeira branca mostrou mesmo a bandeira vermelha dado o elevado número de pilotos à saída da pitlane, o que forçou um recomeço das atividades e o adiamento da abertura da pitlane para as 15h08 locais. A corrida iria ter, assim, menos uma volta, passando para 26 no total.

No entanto o tempo estava a fazer das suas, uma vez que a chuva estava a começar abrandar. Era expectável, ainda assim, que os pilotos saíssem para a pista com pneus de chuva.

Antes mesmo da abertura do pitlane a corrida foi considerada molhada, não havendo assim necessidade de mostrar a bandeira branca, podendo os pilotos trocar de moto quando assim o desejarem, se desejarem.

Fabio Quartararo foi ontem o autor da pole position, com Marc Márquez em segundo e Álex Márquez a completar a primeira fila da grelha. Fermín Aldeguer era quarto, Maverick Viñales quinto e Pecco Bagnaia em sexto.

Um autêntico jogo de xadrez e mental em Le Mans, com muitos pilotos no pitlane, com slicks – como Marc Márquez por exemplo – enquanto outros estavam em pista com pneus de chuva.

Importa referir que qualquer piloto que saia da grelha e comece a volta de Warm Up desde o pitlane irá arrancar da sua posição de grelha de original mas depois terá de servir duas Long Laps, que é precisamente o caso dos pilotos acima.

Arranque desastroso para Bagnaia que caiu com Joan Mir, enquanto Marc Márquez teve um forte arranque, na liderança, com Aldeguer a lutar pelo terceiro lugar com Álex Márquez. O francês da Yamaha, autor da pole, iria acabar por levar a melhor para já sobre Marc, com Álex em terceiro, Aldeguer em quarto e Pedro Acosta em quinto.

Para já a aposta nos slicks parecia compensar.

De referir que Álex e Marc Márquez, Ai Ogura, Aldeguer, Fabio Di Giannantonio, Acosta, Mir, Brad Binder, Raúl Fernández, Enea Bastianini, Franco Morbidelli e Quartararo, o líder da corrida, bem como Viñales irão ter de seguir dupla Long Lap. Bagnaia entretanto vou à garagem para trocar de moto.

Os pilotos começavam entretanto a cumprir as voltas longas, com Bestia, Viñales, Morbidelli, Quartararo e serem alguns dos primeiros a cumprir exatamente isso, tal como Ogura, Fernández. Seguiram-se Aldeguer, Marc Márquez, bem como DiGia.

Com isto Á. Márquez estava na frente, com a confusão a ser imensa. Marc Márquez era segundo, Aldeguer era terceiro, Viñales quarto e Binder quinto.

Marc Márquez estava na frente da corrida agora, com Quartararo em segundo, Binder era terceiro, Acosta quarto e Á. Márquez.

O desastre bateu à porta de Quartararo, que caiu, bem como Binder.

Com cinco voltas de muita confusão Marc Márquez liderava perante Álex, com Aldeguer em terceiro.

Bastianini foi o próximo a cair, precisamente antes de Aldeguer passar para a dianteira da corrida, enquanto DiGia chegava à quinta posição.

Os irmãos Márquez entretanto seguiram para a garagem para trocar de moto, sentido que os slicks já não compensavam, com Digia em segundo, e Lorenzo Savadori, piloto de testes da Aprilia em terceiro!

Com sete voltas completas era Johann Zarco quem liderava à frente de Miguel Oliveira, com o francês a liderar com 4s de vantagem sobre o português, que está, recorde-se, de regresso ao MotoGP depois de várias semanas de ausência. Marc Márquez era terceiro.

Oliveira um par de voltas depois não conseguiu manter-se nos lugares do pódio e foi batido por Marc e Álex Márquez, quando faltavam ainda 16 voltas.

Zarco chegava a meio da corrida na liderança e com larga vantagem, precisamente 10.064s sobre Marc, Álex era terceiro, Acosta quarto e Oliveira quinto.

Assim estava o top dez para já:

Logo depois Viñales ascendeu à quinta posição em detrimento de Oliveira, com Aldeguer a ver o português a 2.530s. Zarco aumentou em 1s a vantagem para Marc Márquez.

A corrida avançava a bom ritmo e com nove voltas para o final Oliveira via-se incapaz de segurar Aldeguer que assim chegava a sexto; Takaaki Nakagami estava a 3.073s do português.

Nakagami acabaria mesmo por bater o #88 que, um par de voltas depois perdeu a traseira da moto e caiu na curva 14, felizmente sem gravidade, ele que procurava antes de mais e sobretudo recuperar as melhores sensações e ter tempo de moto depois de muita ausência. E pouco depois foi a vez de Álex Márquez, também ele, cair.

O espanhol acabaria por voltar à corrida, com Acosta agora a ser o dono do terceiro lugar. Álex era sexto, atrás de Viñales.

A cinco voltas do final Zarco liderava com 16.5s sobre Marc Márquez, Acosta estava a 28.1sm Aldeguer era quarto e Viñales mantinha-se na quinta posição.

Um par de voltas depois Á. Márquez voltou a ir ao chão e a dar assim por terminada a sua corrida.

Quem estava em risco de perder o seu primeiro pódio da temporada era Acosta, com Aldeguer a apenas 0.264s. A ultrapassagem iria mesmo ser confirmada no terceiro sector da volta 25.º.

A vitória estava ali e Zarco conquistou-a, merecendo-a por completo, realizando um feito histórico!!