O Presidente da República tem dúvidas se, daqui por uns meses, os portugueses vão estar tão entusiastas quanto à ideia de reforçar com mais dinheiro o apoio ao desporto.
Esta tarde, em Monte Gordo, onde se encontra a passar férias, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre as queixas dos atletas que participaram nos Jogos Olímpicos e que dizem não ser devidamente apoiados.
O Chefe de Estado afirmou que “os portugueses, em geral, na altura dos Jogos Olímpicos são muito sensíveis à ideia de que era preciso fazer uma aposta financeira mais forte” nas diferentes modalidades.
O Presidente da República não está tão certo, contudo, que os cidadãos apoiem tanto esta ideia daqui a “uns meses”.
Afirmando que os resultados obtidos pelos atletas portugueses nestas olimpíadas - ao todo, quatro medalhas (uma de ouro, duas de prata e uma de bronze) - “atingiram a meta” estabelecida, Marcelo Rebelo de Sousa admite que se pode “fazer mais”, mas que isso tem custos.
“Pode-se fazer melhor. Mas implica dinheiro”, alerta. “Não sei se os portugueses, daqui por uns meses, quando tiver passado o entusiasmo dos Jogos Olímpicos, são tão entusiásticos assim na ideia de reforçar substancialmente [o dinheiro investido no desporto].”
"Há países que gastaram fortunas"
Marcelo Rebelo de Sousa nota que há países que “gastaram fortunas” para ter bons resultados nos Jogos Olímpicos - resultados esses que, afirma, são desportivos, mas também “políticos”.
O chefe de Estado alerta que, nas próximas olimpíadas, o nível de dificuldade deverá crescer e será mais difícil para Portugal competir e ir ainda mais longe no que toca a resultados. “Os asiáticos estão a subir”, afirma.
Ainda assim, o Presidente da República destaca o “esforço muito grande” feito pelo recentemente falecido presidente do comité olímpico, José Manuel Constantino, com a preparação olímpica. Para aquele que agora lhe suceder na liderança, Marcelo Rebelo de Sousa espera "a garra e a força” que José Manuel Constantino mostrou.