
Num jogo de aflitos, embora com o Estrela da Amadora um pouco mais folgado no que à distância do 16.º lugar (play-off de despromoção) diz respeito, o Farense foi à Reboleira ganhar novo fôlego para a reta final do campeonato para tentar escapar à guilhotina dos lugares de descida.
Foram os leões de Faro a tomar as rédeas do jogo, para gáudio dos seus muitos adeptos que se deslocaram à Reboleira, com Cláudio Falcão (central) a atuar em zona mais avançada no terreno e a criar alguns calafrios junto da baliza dos tricolores, como foi o lance aos 14 minutos, em que apareceu sozinho ao segundo poste, obrigando João Costa a aplicar-se para desviar a bola, que ainda raspou no ferro.
Não se pode dizer que foi um jogo bonito, pelo contrário, principalmente na primeira parte em que foi bastante partido, face às muitas faltas que obrigaram a constantes paragens.
Os algarvios levavam a lição bem estudada no que a lances de bola parada diz respeito, com um punhado de jogadas bem desenhadas que causaram dificuldades aos tricolores. E até deu para Tomané ensaiar uma bicicleta, aos 25 minutos, mas a bola subiu mais do que aquilo que desejava e, volvidos três minutos, Cláudio Falcão tentou marcar de calcanhar, após cruzamento precioso de Rony Lopes, de livre.
Um lance digno de registo, aos 33 minutos, embora tenha sido assinalado fora de jogo: após grande trabalho de Kikas sobre Tomás Ribeiro a 'sacar' um cruzamento fantástico, Kaique sacudiu e, na recarga, Chico Banza atirou a bola para as nuvens (naquele que seria o falhanço da tarde).
E também houve um pontapé de bicicleta para o Estrela da Amadora, com Rodrigo Pinho a ser o protagonista, mas o desfecho acabou por ser igual ao remate de Tomané.
Aos 38 minutos, após análise do VAR, foi assinalado penálti a favor da equipa da casa, tendo sido considerado que Ângelo Neto jogou a bola com o braço, após remate de Diogo Travassos. Na conversão, de pé esquerdo, Rodrigo Pinho viu Kaique brilhar entre os postes, naquela que foi a sua estreia na Liga, face à lesão de Ricardo Velho que, segundo boletim clínico emitido pelos algarvios tem uma contusão óssea num joelho.
Na etapa complementar assistiu-se a mais do mesmo, com os visitantes na mó de cima, e logo aos 47 minutos surgiu o golo que se adivinhava: excelente cruzamento de Poloni, Dramé falhou a interceção e Rui Costa, após receção exímia entre dois jogadores, bateu João Costa, que nada podia fazer.
Veja o golo da vitória.
Depois, foi ver os leões de Faro a saber gerir a vantagem e a anular as (poucas) investidas dos tricolores. Aos 56 minutos José Faria lançou Jovane Cabral para agitar o jogo e assim foi, mas o atacante esteve desamparado no último terço do campo.
Aliás, só a partir dos 80 minutos é que o Estrela deu um ar de sua graça. Alan Ruiz (lançado aos 73'), rematou forte e rasteiro na sequência de um livre frontal, Kaique sacudiu, houve muita confusão na área, Diogo Travassos caiu, pediu-se grande penalidade, mas Fábio Veríssimo nada assinalou. Na jogada seguinte, Kikas cabeceou a bola que levava selo de golo, mas a tarde era de Kaique, que teve estirada fantástica para tirar a bola com a mão esquerda.
Dos cinco minutos de compensação, o último merece estas linhas: primeiro foi Marco Matias a 'cheirar' o golo, com João Costa a mostrar credenciais entre os postes e, na resposta, Bucca acertou com estrondo no travessão!
Embora as posições na tabela classificativa se mantenham, há a destacar o facto de os algarvios, penúltimos, aproximarem-se do 16.º lugar (que vale play-off de manutenção), enquanto o Estrela pode ver o Aves SAD colar-se ao 15.º lugar.
Reações dos treinadores
José Faria (E. Amadora)
Hoje aconteceu a tempestade perfeita. Correu tudo mal. Temos a grande penalidade que não conseguimos marcar, no início da segunda parte o adversário marcou e na ponta final tivemos oportunidades. Nem tudo estava bem na semana passada, como nem tudo está mal agora. Está tudo muito equilibrado. O jogo foi bastante dividido. É uma derrota amarga em casa amarga. Prometemos continuar a trabalhar. Vamos ter jogos muito difíceis e vamos encará-los como finais para atingir os nossos objetivos.
Tozé Marreco (Farense)
Nunca estivemos mortos, esta vitória peca por tardia, por aquilo que já fizemos, por aquilo que já produzimos e pela qualidade que já demonstrámos. Hoje foi um jogo em que fomos muito competentes, novamente, num campo difícil, que era uma final para as duas equipas, mais para nós, e percebeu-se isso na abordagem ao jogo do Estrela, que obviamente estava à espera muito do nosso erro para conseguir fazer golo. Os rapazes merecem esta vitória, ainda há muito campeonato e Mas estamos aí para a luta.
Em atualização