Marco Silva esteve presente, esta terça-feira, no Fórum de treinadores promovido pela ANTF, onde foi um dos oradores no terceiro painel do dia. O técnico do Fulham, de 47 anos, foi ligado nos últimos dias ao comando técnico do Tottenham, uma situação que considera natural, tendo dito que "faz parte" do emprego, recordando, porém, que tem "contrato por mais um ano" com os londrinos. 

"Não tenho muitos comentários a fazer, sinceramente. Acho que não é a primeira vez que acontece. Faz parte do negócio que é o futebol. Felizmente ou infelizmente, quando algum treinador não está bem, começa-se a falar de outros tipos de treinadores. Já passei pelo mesmo, num noutro sentido. E aquilo que é o meu trabalho, aquilo que é o meu foco, que é o presente neste momento, não altera absolutamente nada", revelou o antigo treinador do Sporting, que saiu de Portugal há 10 anos para abraçar experiências no estrangeiro: "Parece pouco, mas realmente são muitos anos num país como a Inglaterra, com um futebol tão competitivo. É muito complicado, mas felizmente tem sido um prazer enorme, tem sido um grande orgulho."

Com contrato por mais algum tempo no Fulham, Marco Silva ainda não tem o futuro definido, mas este não é um cenário que preocupe o técnico. "Quando se toma uma decisão é a que achamos melhor no momento, que é a mais consciente e é aquilo que queremos para o nosso futuro. Neste momento, tenho contrato no clube, estou satisfeito e há objetivos a cumprir. Estamos em mais uma temporada que tem sido excelente a todos os níveis e a colocar o clube num patamar que, nos últimos 15 ou 20 anos, não estava de todo habituado", refletiu o treinador. 

Tem, agora, mais três colegas na Premier League. O treinador português em Inglaterra está bem referenciado? "O treinador português está bem. Já tive momentos em que estive sozinho também. Sinceramente, é melhor ter companhia. O mercado português dos treinadores em Inglaterra, neste momento, representa 20 por cento da Premier League. Acredito que os espanhóis ainda representam mais. É sinal da qualidade e do bom trabalho que têm feito. Diferentes clubes, diferentes desafios, mas, acima de tudo, um desafio enorme que é a Premier League. Eu e o Nuno [Espírito Santo] já com mais tempo. Há pouco tempo estive com o Vítor [Pereira]. Nota-se que está feliz, que atingiu algo que ele sempre sonhou atingir, que é sentir o que é a adrenalina, o que é a intensidade da Premier League. E o Rúben [Amorim] também acabou de chegar. E, claramente, com um objetivo também muito grande que é colocar o Manchester United no lugar onde tem de estar."

Falou no painel sobre Paulo Fonseca. O que pensa do castigo aplicado ao técnico do Lyon? "Enviei uma mensagem normal de apoio. Não que o Paulo precisasse, tem a maturidade e a experiência suficiente para lidar com todo este momento. Muito, muito satisfeito de perceber que a equipa continua a ter bons resultados. Isso é o que me deixa satisfeito, acho que demonstra a qualidade que ele tem, porque depois de tudo o que aconteceu, os resultados seguintes foram ao mesmo nível, ou ainda melhor. Não está a ser fácil para ele, de certeza, mas acho que o futuro vai repor um bocadinho daquilo que é a verdade."

Acredita que foi uma sequência de uma decisão política? "Não sou a pessoa mais indicada para falar, até porque não tenho conhecimento profundo daquilo que é a Liga Francesa e a entrar por caminhos que não quero, não são justos e não gosto de falar quando não tenho conhecimento de causa. Pelo que li e pelo que soube que aconteceu, algumas semanas antes daquele acontecimento, com o treinador do Marselha e com algum diretor do Marselha também, parece-me a mim que foi um bocado tudo muito perto uma situação da outra que possivelmente originou um castigo maior."