Foi de forma dramática que Ruben Amorim venceu o primeiro dérbi de Manchester que disputou. Com golos aos 88' e 90', o Manchester United bateu o Manchester City.

Ainda não tinha começado o jogo e já as bocas do Mundo estavam viradas para o dérbi. Isto porque Ruben Amorim decidiu deixar Garnacho e Rashford, duas das figuras, fora da convocatória. «É a minha análise. Avalio tudo, como comem, como se vestem, como ajudam os colegas», explicou o técnico. No onze, estavam Bruno Fernandes e Diogo Dalot, já Pep Guardiola explicou que, devido às ausências, Matheus Nunes, titular como Rúben Dias e Bernardo Silva, jogaria a lateral-esquerdo.

Em campo, o jogo, que muita expectativa criou... foi curto em oportunidades - e, durante 88 minutos, também em emoção. O Manchester City revelou, mesmo jogando em casa, muita insegurança, com Gundogan a dar, mais uma vez, pouca criatividade na primeira fase de construção. Doku, no 1 para 1, era o mais perigoso dos 22 em campo, numa primeira parte em que o Manchester United nem visou a baliza adversária.

Este primeiro tempo acabou por ficar marcado por dois lances negativos para a equipa de Amorim. Mount saiu lesionado logo aos 14', e, aos 36', o City rematou à baliza... e marcou: Gvardiol elevou-se para cabecear a cruzamento de De Bruyne. O 1-0 era justo antes do descanso: no meio da pouca criação, o Manchester City tinha mais bola e aproximava-se mais da baliza de Onana.

Terminado o descanso, o Manchester United vinha com indicações para transformar este resultado. Daí até conseguir fazê-lo, contudo, parecia ser um longo percurso. Os red devils entraram com mais bola, mas com poucas aproximações à área adversária. Bruno Fernandes tentava criar por trás e, se no primeiro tempo, foi Doku o mais perigoso, o marfinense assumiu o protagonismo do desequilíbrio individual. Dos dois, saiu o primeiro lance de verdadeira ameaça, com o português a cruzar para Diallo cabecear à baliza, golo negado por Ederson. O 1-0 parecia, cada vez mais, ser o resultado final. Pelo menos, até aos 87'.

Os golos, Diallo e... Matheus Nunes...

Numa altura em que pouco faltava para que o Manchester City somasse a segunda vitória nos últimos três jogos na Premier League (e nos últimos 11 em todas as competições...), vale a pena recordar que Matheus Nunes, mesmo em posição algo estranha, estava a fazer um jogo positivo. Ao lado de Gvardiol e Doku, os melhores dos da casa, o médio português conseguiu progredir, procurar no meio e estar sólido com bola. Até ao momento em que decidiu atrasar para Ederson, mas com pouca força. Diallo antecipou-se ao passe, virou-se para a baliza e, em esforço, o internacional luso derrubou o adversário. As mãos de Matheus foram à cabeça, as de Guardiola também e as de Bruno Fernandes só pegaram na bola para a colocar na marca de penálti. E dos 11 metros, o capitão não vacilou.

Matheus Nunes perdeu a cabeça e o Manchester City também, sem conseguir manter a posse de bola. No momento de puro caos, Lisandro Martínez lançou para Diallo. O extremo antecipou-se a Ederson, picou e provocou a explosão de alegria do banco e da bancada vermelha. Um momento final que espelha os últimos 11 jogos do Manchester City: falta de confiança, falta de tranquilidade e, nos momentos decisivos, a equipa vacila. E se, por um lado, Matheus Nunes caiu com estrondo, Diallo foi sempre em crescendo para ser protagonista. Ruben Amorim vence o primeiro dérbi de Manchester. É o primeiro treinador do Man. United a fazê-lo desde... Sir Alex Ferguson. E logo no Fergie Time, quando tudo parecia decidido.